Muito se tem falado em demagogia a propósito do corte de subvenções vitalícias de políticos. Confesso-me sensível ao argumento. Quer intelectual quer, sobretudo, emocionalmente, porque dá sempre muito mais gozo estar do outro lado.
Porém, neste caso concreto, não há qualquer demagogia, sendo, aliás, a decisão justíssima.
Defendem, os visados, que a sua situação deveria ser igual aos demais Portugueses, pelo que estariam disponíveis para aceitar um corte de 15%, idêntico ao corte das pensões de sobrevivência, sob pena de sermos, voilà, demagógicos.
Porém, a verdade é que nem as pensões de sobrevivência têm seja o que for que ver com subvenções pelo desempenho de determinadas funções, pelo que a equiparação é ridícula; como a verdade é que a atribuição, ainda que legal, de subvenções pelo desempenho de determinadas funções sempre foi imoral.
Defendo, há muito, que quer por razões ideológicas quer, sobretudo, por razões práticas decorrentes dos sacrifícios – por vezes injustos é bom que se diga – que têm sido pedidos, ao Governo actualmente em funções não se impõe, apenas, o cumprimento da lei, impõe-se, antes sim, uma postura ética inatacável.
Este é um primeiro passo e que, confesso, tardava.
Se quiserem chamem-me demagogo à vontade. E, já agora, moralista. A ver se me importo.
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