Para começar, fica à vista que a SPA é a primeira a copiar o trabalho alheio e a chamar-lhe seu. Um gesto simbólico quando se trata de discutir a "defesa" dos "direitos" de "autor". A seguir, faz de conta que esclarece os seus processos numa prosa minada de aldrabices.
Diz, por exemplo, que 40% das receitas da cópia privada são para os autores, 30% para os editores, 30% para os produtores (atenção, vamos em 100), e 20% para um Fundo alegadamente Cultural. Não se mencionam despesas administrativas, nem a máquina burocrática gasta um cêntimo que seja, garantindo-se que os surpreendentes 120% da receita serão encaminhados para aquelas bandas da “arte” que a SPA conhece e promove “sem despesas para os contribuintes” (é mesmo assim que lá está escrito).
Esbarrondada no fundo da mediania, da imaturidade, da falta de imaginação, e de um amadorismo artístico sem disfarce nem misericórdia, a SPA recorre a truques de pilha-galinhas sendo a justa representante daquelas almas puríssimas que agora cantam aos calcanhares de António Costa.
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Imagem daqui.
O ponto 10 concentra o fundamental: a maior parte dos dinheiros da “cópia privada” vai servir para pagar burocratas; o resto será distribuído pelo Estado e por autores que ninguém quer pagar.
A moral desta história é que os "artistas" portugueses insistem em viver da extorsão de recursos públicos, sem sujeitar as maravilhas que produzem ao escrutínio dos leitores, das plateias, ou da crítica, ficando pela mediocridade proverbial, com desdém pela ética, o talento, e o dinheiro do próximo, para prejuízo da cultura e do seu papel civilizador.
A moral desta moral é que o Estado, na sua visível fraqueza e ignorância, cede ao estrépito ardiloso dos "artistas" num servilismo sórdido.
Não devemos nada, nem prebendas nem respeito, a uma colecção parda de “artistas” mal ensinados e grosseiros de espírito, acostumados a apregoar um zelo ruidoso pelas artes para poderem, em nome do seu prestígio, sustentar um modo de vida parasitário. Este abuso presunçoso, em algum momento, tem de levar um encontrão.
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