Terça-feira, 15 de Outubro de 2013
Que pensarão os cidadãos portugueses emigrados em Angola que fugiram ao caos instalado em Portugal, sobre as recentes notícias relativas ao estado das relações diplomáticas? Como se sentirão, esses que lutam por si e pelas suas famílias, enviando para Portugal, com certeza, o que sobra do seu esforço numa terra muito dura, onde trabalhar é muito, muito difícil?
Eu sei o que pensaria se estivesse a dar no duro para enviar receitas para a mãe-pátria: aqueles gajos em Portugal são uns cretinos.
Obrigado Machete.
De Joaquim a 15 de Outubro de 2013 às 22:35
Para quem quiser entender...
Apoiado no murete a Sr. Manel olhava para o quintal do vizinho e constantemente criticava.
- Tem que se levantar mais cedo para regar as batatas, não pode ser preguiçoso Sr. José. Os meus filhos vão aí dar-lhe uma ajuda. Mas você tem que pagar bem
- Pois Sr. Manel, mande lá então a rapaziada para nos ensinar e ajudar a plantar e colher as batatas.
- Oh Sr. José está a comprar remédio do escaravelho? Gostava de ver a factura!
- Deixe estar Sr. Manel que sou eu que pago e o que importa é que eu pague à sua rapaziada. O resto vende-se e vai dando bastante.
- Vai dando bastante Sr. José ? O vizinho está a vender caro. Isso é uma afronta. Com tanta gente a passar fome.
- Mas Sr. Manel, de que se queixa ? Eu pago muito bem à sua rapaziada.
- O Sr. José tem que gerir de outra maneira o que ganha com as batatas. Tem que distribuir, tem que deixar que eu mande no seu quintal.
- Sr. Manel, acabou-se a parceria estratégica. Os seus rapazes vão tratar do seu quintal e o vizinho faz como muito bem entender. Afinal este quintal é meu.
O Sr. Manel largou o murete ofendido e olhou para o seu quintal. Tinha-se distraído com a conversa e estava cheio de urtigas, mas estava orgulhoso do que dissera.
Não é bem isto, mas parecido, para quem não entende, o que se passou nas relações entre Portugal e Angola.
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