Ontem, três milhõs de italianos, esperaram horas ao frio, para poderem votar nas primárias abertas a todos, do Partido Democrático.
Escolheram por uma ampla maioria de quase 70%, como secretário-geral, Matteo Renzi, jovem de 38 anos, que ganhou a direcção do maior partido italiano, contra a vontade da maior parte do aparelho desse mesmo partido.
Renzi, pesca votos à esquerda e direita. Tem um discurso que fala ao coração das gentes, empolga, e na sua alocução de vitória, disse por exemplo:
"Vivemos no país mais belo do mundo, e temos a pior classe dirigente do mundo"
"Este não é o fim da esquerda, mas do seu grupo dirigente".
- Quer mandá-los para a "sucata".
Como na semana passada foi declarada a inconstitucionalidade da lei eleitoral italiana, de imediato não se poderá fazer eleições legislativas (o PD tem a maioria na coligação de governo) e a negociação para elaboração de uma nova, começará rapidamente por iniciativa de Renzi. Será um processo interessante de seguir, pois todos os partidos sabem que se se fizer uma lei equilibrada, Renzi, provavelmente, ganhará por maioria as próximas eleições.
O governo de Letta fica por um fio, dependente dos novos rumos que a nova direcção do PD tentará determinar. Um grupo de jovens, no país com a gerontocracia mais detestável da Europa.
Renzi, terá de lutar tremendamente para se conseguir impôr a uma classe dirigente que tem o estado, o poder regional e o poder autárquico nas mãos.
Acendeu-se uma luz de esperança para a Itália. Berlusconi e Grillo, tremem.
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