Quarta-feira, 31 de Julho de 2013

O carteiro invisível

Já redigi centenas de posts, e tenho esperança de que, tirando o facto de residir em Guimarães e trabalhar em Fafe, pouco tenha deixado entrever da minha intimidade.

 

Mas hoje não resisto a divulgar um facto familiar alarmante: suspeito que a minha Mulher dá sinais de loucura. E, pior, dá sinais de loucura por causa do novo carteiro.

 

Explico: À volta de um ano, mudou o carteiro. E, periodicamente, passei a ser inteirado de que o digno funcionário, quando houvesse cartas registadas, se abstinha de entrar no jardim ou esperar que viessem ao portão, antes deixando um aviso na caixa de correio, que obrigava a deslocações escusadas ao posto local, que dista uns quilómetros, implicando parcómetros, filas, esperas - a tralha do costume.

 

Isto originou uma reclamação, que a minha Mulher, porventura já abalada na plena posse das suas faculdades, apresentou por escrito. E a resposta veio, esclarecendo que o carteiro tocava sempre à campainha (o texto não esclarecia se duas vezes, que no serviço de reclamações não deve haver cinéfilos), deixando o aviso em caso de não haver resposta, pelo que a reclamação não teria fundamento.

 

Há meses, fui informado de que o carteiro veio entregar uma encomenda, tocou à campainha e entrou no jardim, colheu o recibo da entrega e, apesar de lhe ter sido pedido para se certificar, à saída, de que o portão ficava fechado, por causa do cachorro, saiu com o bicho trotando alegremente atrás da motoreta, o que foi testemunhado.

 

Como o animal foi avistado perto do antigo Hospital, preso por uma trela a um miúdo que o terá vendido a desconhecidos, estes infelizes sucessos causaram grande desgosto doméstico, e colocaram o carteiro na categoria de persona non grata naquela casa. Eu próprio registei mentalmente o incidente, para o efeito de, em cruzando-me com aquele servidor dos CTT, lhe revelar alguma impressão pessoal sobre o seu comportamento.

 

Sucede que as cartas registadas devolvidas continuaram. E como, segundo a tese possivelmente alucinada que minha Mulher adiantou, está sempre gente em casa, foi apresentada nova reclamação.

 

A resposta chegou hoje. E nela, com extrema amabilidade, somos novamente informados de que o carteiro afirma "passar aviso apenas quando não é atendido".

 

Soube, a propósito do negregado plano de privatização, que os CTT são uma organização prestigiada, lucrativa, eficiente e depositária inclusive de merecidos prémios internacionais. E a carta, acima referida, diz que "Os CTT-Correios de Portugal, estão empenhados em conferir Qualidade aos seus Produtos e Serviços, de forma a satisfazer todos os Clientes, pelo que nos esforçamos por evitar e corrigir todo o tipo de situações, que possam eventualmente comprometer os níveis de satisfação a que nos propomos".

 

Já a sucessão estranha dos factos alegados me deveria ter levantado suspeitas. Mas este texto, impressionante pela sua evidente sinceridade e pela abundância de maiúsculas, lançou esta dúvida excruciante no meu espírito: ou a minha Mulher sofre de momentâneas alucinações, ou esta organização tão gabada é um logro.

 

Na dúvida, vou apoiar a privatização. Não é que os privados não enviem cartas parvas aos clientes; é que têm menos quem os defenda.

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publicado por José Meireles Graça às 15:26
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Terça-feira, 30 de Julho de 2013

Os sintomas da doença incógnita

Barreto, estou a imaginá-lo durante a entrevista: cenho franzido, duas fundas rugas cavadas por anos de meditação sobre os males da Pátria, os olhos angustiados e errantes, e o dedo fulminante apontando a sentença definitiva, profunda e límpida:

 

"... todos os políticos e gestores de empresas públicas que lesaram o Estado devem ser responsabilizados politicamente, e judicialmente só aqueles que cometeram verdadeiras ilegalidades".

 

É isto? Cáspite!, que a gente está mesmo ao lado da solução e não é que nos passa desapercebida?

 

Mas, espera: Há alguém que ignore estes nomes? Há alguém que não saiba acrescentar à lista muitos outros? Há quem desconheça, localmente, quem são os edis que começaram os seus mandatos a tinir e os acabaram com fartos cabedais? Há algum responsável político sobre cujos desmandos, reais ou imaginários, a Oposição do dia não se tenha cansado de chamar a atenção?

 

O regime precisa ser reformado, sim: o sistema eleitoral, a legislação criminal, incluindo o processo penal, as práticas e meios de investigação; como casar a investigação do enriquecimento ilícito com a preservação da privacidade e sem reforçar os poderes de uma administração fiscal enxerida e predatória; e uma longa lista de outras matérias.

 

Para tudo isto é preciso estudar muito, discutir muito, e com muita paciência. E não ter excessivas esperanças: que no meio de um eleitorado que não hesita em eleger homens sobre cuja venalidade há poucas dúvidas não irá nascer de um dia para o outro aquele espírito de exigência e censura que é a verdadeira garantia de uma vida pública sã.

 

Agora, os já clássicos discursos de motorista de táxi não melhoram se embrulhados numa retórica mais elaborada. Fosse Barreto um blogger anódino, como este Vosso criado e muitos, e não estaria mal. Mas quando se detém uma magistratura de influência convém não dizer apenas qual é o destino, mas também como lá chegar.

 

Barreto isso não fez. E é pena, que há uma relativa abundância de quem sabe muito; e escassez de quem diga como se faz melhor.

publicado por José Meireles Graça às 22:13
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Segunda-feira, 29 de Julho de 2013

Abusar de Sá Carneiro

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se hoje a Rui Machete como um fundador do PSD (na altura PPD) que foi "muito próximo de Sá Carneiro" e o seu "braço direito". Não é verdade.

 

Rui Machete opôs-se a Sá Carneiro juntando-se ao grupo dos "inadiáveis", uma dissidência do PPD da qual também fizeram parte Sousa Franco, Guilherme Oliveira Martins, Sérvulo Correia, e Magalhães Mota. O documento "Opções Inadiáveis", que apresentaram em Junho de 1978, criticava Sá Carneiro e defendia "a socialização crescente da economia (...), rejeitanto tanto o liberalismo capitalista como o estalinismo colectivista", uma posição que pretendia colocar o partido no centro-esquerda e que valeu aos seus defensores largos anos de entendimento com o PS. Foi o que aconteceu com Rui Machete, e foi exactamente por essa razão que Passos Coelho o foi buscar para o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

 

Marcelo Rebelo de Sousa sabe disso. Sabe que Rui Machete não foi chamado para fornecer ao Governo avisados pareceres constitucionais. Nem para carimbar uma garantia de descendência dos princípios políticos de Sá Carneiro, com os quais Rui Machete nunca se entendeu.

 

Rui Machete está lá para representar o "acordo" inventado por Cavaco Silva, para calar os pomposos perús velhos do PSD, e para fazer aquilo que sempre fez melhor: entender-se com o PS.

 

Tudo isto é suficientemente claro para a perícia de Marcelo. Mas exibir Sá Carneiro na identidade política, ainda que falsificado, é uma tentação que se percebe abordando o tema de outra maneira.

 

__________

 

Fotografia daqui.

 

publicado por Margarida Bentes Penedo às 00:07
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Sexta-feira, 26 de Julho de 2013

Bruno.

 

 

Chama-se Bruno Maçães. Subordinado a Rui Machete (personalidade simbólica que Passos Coelho desenterrou para representar o "acordo" de "salvação nacional"), é o novo Secretário de Estado dos Assuntos Europeus.

 

Surpreendentemente, chega-nos da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Também tem um blogue no Expresso onde podemos admirar as suas sofisticadas mundividências. 

 

De resto, é como diz a fotografia: tem ou não tem aspecto de "jovem académico de méritos reconhecidos e vasto currículo"?

 

publicado por Margarida Bentes Penedo às 14:56
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Maria Luis Albuquerque

 

 

A fraqueza de Maria Luis Albuquerque está em ter aceitado ficar nesta remodelação. Na situação dela, qualquer pessoa com a coluna no sítio tinha saído. Daqui para baixo tudo é esperável.

 

Ficam à vista os riscos políticos dos "independentes". Untados de reputações pias, cortejam os partidos com arzinhos assépticos e narizes de louça até conseguirem os lugares. Não são eleitos, não representam ninguém, nem têm ninguém perante quem responder.

 

publicado por Margarida Bentes Penedo às 03:14
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Quinta-feira, 25 de Julho de 2013

Os actores não-convidados

Sentença pr'àqui, sentença pr'à li, mas link é que nicles - só ficamos a saber que tem 180 páginas, mais do que alguns êxitos editoriais.

 

E eu tinha curiosidade de ler a coisa, nem que fosse em diagonal, a ver se percebo como pode justificar-se que um juiz se ache competente para suspender uma decisão política sob pretexto de que

 

"com a transferência para a Estefânia os utentes ficariam pior servidos, uma vez que os blocos operatórios e cuidados intensivos neonatais neste hospital, mesmo com obras, apresentam lacunas técnicas e de espaço. 'A reiterada expressão - divulgada nos meios de comunicação social - de que a MAC não cabe no HDE, refutada pelas requeridas, deixou de ser mera frase, pois o que se apura é que a transferência da MAC implica a redução de prestação de serviços, de que modo e em que circunstâncias, não se sabe', diz a sentença".

 

Vamos admitir que é assim, que há uma efectiva redução de serviços. Ainda que mal pergunte, o Governo não pode reduzir a prestação de serviços públicos, de Saúde ou outros, quando entenda que essa redução é necessária para assegurar a realização de outros bens - equilíbrio de contas públicas, afectação de recursos a outros fins que, erradamente embora, se estimem preferenciais, gestão mais criteriosa de meios e de espaços...nada? Se, por exemplo, o Ministério da Justiça entender amanhã que o tribunal xis deve mudar para instalações menos cómodas, ou mais longínquas, ou menos eficientes, os juízes não saem porque a oferta de Justiça, a que os cidadãos têm direito, pode piorar?

 

Não é isto uma mera decisão política? E, se é, precisamos da AR e do PR para quê? E do voto, e da opinião pública? Bastar-nos-iam os juízes, que não elegemos, para, em havendo interesses públicos ofendidos, segundo a opinião de alguns queixosos, decidirem quem está e não está no torto.

 

Entendamo-nos: eu acho que o cidadão precisa de quem o defenda do Estado e dos poderes de facto. E a única verdadeira garantia dessa defesa é a independência e irresponsabilidade dos juízes. O cidadão, não a colectividade. Que a vida desta é regulada pelo Poder Legislativo e Executivo, segundo regras que resultam de um complicado jogo de interesses, opiniões contraditórias sobre o que é o Bem Público, poderes e contra-poderes - chamamos a isso Política.

 

Que os juízes não deviam fazer. 

publicado por José Meireles Graça às 13:05
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Quarta-feira, 24 de Julho de 2013

Catching up.

É uma rotina esta de ler as noticías pela manhã. Online, que os tempos são outros e, quase em tempo real - porque é essa agora o nosso horizonte de expectativa -, sabemos o que se vai passando por esse mundo e também neste canto à beira mar plantado.


Nesta incursão matinal, encontrei em vários jornais a seguinte notícia, que aqui ilustro retirando o título do Público: "Média de todos os exames nacionais do secundário subiu para 10,4 valores". 

 

O tema dos exames nacionais é daqueles que acompanho por força da profissão e da vocação e, por isso, estranhei esta melhoria. Fui ler. Descubro então que se trata de um relatório de avaliação do desempenho em exames nacionais, divulgado ontem pelo GAVE, mas que se reporta ao ano letivo de 2011/2012.

 

Ah, bom. Muito a tempo, portanto.

Passou um ano sobre a realização da maioria destes exames e toda a aprendizagem que se poderia fazer sobre o que os resultados revelam vem agora, diria eu, um pouco tarde para incorporação nos exames (já finalizados) deste ano letivo. Vem também atrasada, para efeitos de melhoria nas práticas letivas - e o relatório está cheio de sugestões, assumo que boas e fundadas.

 

São muitos dados, muitas análises e poucos recursos - dir-me-ão. Contraponho com: são muitos alunos, muita tecnologia disponivel e muita urgência em fazer melhor. E mais depressa.

 

 

publicado por Ana Rita Bessa às 10:48
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Segunda-feira, 22 de Julho de 2013

Porventura excessivo

Boa tarde Sra. Dra. xxxxx xxxxx.

 

Antes de mais, os nossos penhorados agradecimentos pela resposta, tanto mais devidos e penhorados quanto o tempo decorrido (mais de 6 meses) nos levou a pensar que esse serviço teria sido, no âmbito das reformas do Estado, extinto, ou teria havido óbitos ou outros imponderáveis  que impedissem uma resposta tempestiva. Não foi, pelos vistos, assim, e pelo facto damos graças a Deus, no caso de todos se encontrarem de perfeita saúde, e à tróica, visto que a ANACOM ainda existe, para conforto dos clientes das operadoras de telecomunicações.

 

O incidente com a Vodafone foi já há algum tempo resolvido. Pedimos licença para narrar com indisfarçável satisfação o sucedido: Deu-se a feliz circunstância de, pouco antes de expirar o período de fidelização, a Vodafone nos ter abordado para efeitos de renovação de contrato. Significámos ao representante daquela prestigiada empresa a nossa relutância em renovar contratos com uma quadrilha de ladrões, ponto de vista porventura retórico e excessivo, mas que a Vodafone aceitou com equanimidade, visto que prontamente anulou os débitos que abusivamente vinha fazendo, tendo-nos creditado os que já havia feito e que foram objecto da nossa reclamação junto de VV. Exªs.

 

Tudo está bem quando acaba em bem. Não fora esse o caso e teríamos ainda que enviar cópias de documentação, conforme o que o e-mail de V. Exª agora nos diz. E essa obrigação causar-nos-ia algum embaraço, não porque a documentação não exista, mas por nos parecer que uma entidade de supervisão não tem que duvidar do que o consumidor lhe diz, o supervisionado é que tem que fazer prova de que o cliente está no torto, se estiver.

 

Mas, enfim, isto é mais uma peguilhice da nossa parte, reconhecemos. Onde iríamos parar se o Estado acreditasse, sem provas, no que dizem os cidadãos?

 

Renovando os nossos agradecimentos, aproveitamos para apresentar os nossos mais

 

Cordiais cumprimentos.

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publicado por José Meireles Graça às 17:10
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Sábado, 20 de Julho de 2013

As ruínas de Detroit

 

 

 

"Em 1913, o promissor fabricante de automóveis Henry Ford aperfeiçoou a primeira linha de montagem em larga escala.

 

(...)

 

Detroit, capital industrial do século XX, desempenhou um papel fundamental na formação do mundo moderno. A lógica que criou a cidade também a destruiu. Actualmente, como em mais nenhum sítio, as ruínas da cidade não são detalhes isolados do ambiente urbano. Tornaram-se um componente natural da paisagem. Detroit apresenta todos os edifícios-arquétipo de uma cidade americana em estado de mumificação. Os seus esplêndidos monumentos decadentes são, não menos que as pirâmides do Egipto, o coliseu de Roma, ou a Acrópole de Atenas, vestígios da passagem de um grande Império."

 

Yves Marchand e Romain Meffre, "The ruins of Detroit"

 

 

Michigan Central Station

 

 

 Woodward Avenue

 

 

David Broderick Tower, consultório de dentista no 18º andar

 

 

Donovan Building

 

 

Metropolitan e Wurlitzer Buildings

 

 

Sala de aulas, St Margaret Mary School

 

 

Esquadra de Polícia de Highland Park

 

 

Quarto 1504, Lee Plaza Hotel

 

 

Salão de bailes, Lee Plaza Hotel

 

 

Passados 100 anos, a cidade de Detroit declarou bancarrota.

 

__________

 

Fotografias daqui.

 

publicado por Margarida Bentes Penedo às 01:04
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Sexta-feira, 19 de Julho de 2013

O alfaiate cego

Antes que os partidos cheguem a acordo, como desejo, que o Presidente veja restaurada a sua popularidade, como seria útil, e que o PS se divida ou não, a bem da clareza, digo que as circunstâncias vão alterando aquilo que em cada momento um cidadão sensato e pragmático estima desejável, e que por isso o que ontem era a melhor escolha deixou de o ser.

 

Porque, na realidade, Cavaco fez um grande desserviço à Nação quando se pôs em bicos de pés, rejeitando a solução de um problema que os envolvidos haviam pelos seus próprios meios engendrado, e condicionando as escolhas dos responsáveis políticos, agora e, petulantemente, no futuro.

 

Passos, vendo rejeitada a solução e o elenco que apresentara, devia ter calmamente dito: O senhor Presidente não governa, quem governa sou eu. Se insiste em impôr-me a sua opinião sobre como devo proceder no exercício do meu mandato, não pode exigir-me que, em vez de fazer aquilo em que acredito, faça, sob minha responsabilidade, aquilo em que o senhor acredita, pelo que terá que ter a maçada de resolver a situação como lhe aprouver, mas sem mim.

 

Cavaco nunca, como governante, foi além da vulgata do europeísmo, porque acompanhada da cornucópia dos milhões da solidariedade da CEE, e só deixou obra feita porque no momento histórico em que assumiu funções as condições estavam maduras para a evidente necessidade de desmantelar a economia socialista e modernizar a sociedade - coisas que, por incapacidade e falta de coragem e convicção, deixou aliás a meio. Como Presidente, colaborou no governo socrático muito para além da solidariedade institucional, refugiando-se em "avisos" que por ingenuidade imagina lhe garantirão uma imagem histórica positiva. E, de forma geral, nunca, nem por palavras nem por actos, deu a impressão de estarmos perante um estadista, mas apenas um político manhoso que se faz passar por não-político, um orador menos que medíocre que tacha a oratória de "verborreia", e um economista que acredita piamente que ele e um grupo de colegas, por estarem todos albardados das mesmas qualificações académicas, ficaram ungidos da sabedoria que permite a solução de todos os problemas.

 

Cavaco, confrontado com a renuncia de Passos, provavelmente recuaria. Ou talvez não, e iria buscar ao armário do PSD a amiga Manuela, ou Rui Rio, ou outro qualquer - o PSD tem governantes potenciais para abastecer cerca de metade dos países representados na ONU.

 

Nunca saberemos. Mas que o PSD, o CDS e o PS tenham sido forçados a fazer, sob a égide de um fiscal presidencial, umas negociações grotescas fora do lugar delas, que é o Parlamento, sob pena de, se não colaborarem no humilhante exercício, se arriscarem a ser severamente penalizados nas urnas, fica como exemplo de como uma Presidência entende o exercício da Democracia.

 

Desejo o sucesso das negociações, sim. E não duvido que, se ele tiver lugar, Cavaco será aplaudido de pé não apenas pelas numerosas pessoas que sempre nele viram o que lá não está, mas também por muitas outras.

 

Por uma vez, abençoo a Constituição: não permite a reeleição.

publicado por José Meireles Graça às 12:45
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