Domingo, 30 de Novembro de 2014

Outro benemérito

 

34 mulheres-640.jpg

 

Na ausência de Sócrates, o PS deixa uma dramática homenagem a Carrilho pelo legado da sua escola filosófica e pela ponderação dos seus métodos educativos. Carrilho mostrou aos portugueses (e ao poeta Alegre) a possibilidade de resultados exemplares com a aplicação sistemática e doseada de tabefes, não sendo obrigatório que as senhoras sejam mortas à pancada.

 

Compreensivelmente, foi a parte mais aplaudida do congresso por ter dado a António Costa e a todos os congressistas a melhor oportunidade de expressar a sua virtude.

 

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publicado por Margarida Bentes Penedo às 19:46
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Sem complexos

lol

"Os media, e não vale a pena distinguir «os de Direita», porque toda a imprensa corrobora o pensamento da Direita, mesmo aquela que tem nas suas redacções gente que vota (ou diz votar) à Esquerda, andou semanas a fio a pressionar Costa para a purga dos socráticos. Saiu-lhes o tiro pela culatra. O novo Secretariado Nacional do PS é composto por Bernardo Trindade, Fernando Medina, Fernando Rocha Andrade, Graça Fonseca, Isilda Gomes, João Galamba, Jorge Gomes, Luís Patrão, Manuel Pizarro, Maria do Céu Albuquerque, Maria da Luz Rosinha, Pedro Bacelar de Vasconcelos, Porfírio Silva, Sérgio Sousa Pinto e Wanda Guimarães. Dez homens e cinco mulheres. Reforço da ala esquerda do partido, como era previsível. Para o inner circle, Costa foi buscar autarcas, deputados, professores universitários, antigos membros do Governo, um constitucionalista, o antigo chefe de gabinete de Guterres e Sócrates, uma sindicalista e uma antiga governadora-civil. Não ter complexos é um bom começo."

Boa sorte.

 

 

publicado por João Pereira da Silva às 11:45
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Jantar em dia de Congresso

Na minha cidade foi noite de vinho e barulheira. A festa, que tinha conotações classistas, sexistas e passadistas, esteve moribunda há uns anos, quando Portugal ia ser muitíssimo moderno, muitíssimo avançado e muitíssimo desenvolvido. As miúdas, porém, resolveram tomar conta, hoje tocam caixa e bombo com denodo, e apanham pielas com brio - qual sexismo qual caraças, a festa está bem e recomenda-se, tendo-se confirmado que alguma coisa havia de mudar para tudo continuar na mesma.

Pus-me ao largo há décadas - não gosto do barulho de zabumbas, de festas populares quero distância e borracheiras com dia marcado não são a minha praia, que não sou alemão. Por isso, fui mazé jantar a um sítio tranquilo, onde não havia o risco de tropeçar em nicolinos, bombos e desacatos.

Fiz mal, que o negócio dos restaurantes é dos mais exigentes, e arriscar experiências, para um reaccionário culinário impenitente, uma aventura de resultados com frequência dolorosos. A sala ampla, com alvas toalhas de algodão adamascado, baterias de copos, dois jogos de talheres, bem aquecida, impressionava favoravelmente, por contraste com o que dantes foi. O brônzeo da caixilharia de alumínio, os apliques pindéricos, as cortininhas de casa de bonecas e a lareira a fingir, num canto, auguravam o melhor, que em Portugal em sítios com decoração cuidada costuma-se comer merda e pagar caro. E tinha presente que o restaurante fora em tempos famoso pela ementa, filetes de pescada e lombinhos de vitela com ervilhas, uns e outros inalteravelmente bons, pelo vinho verde sem rótulo, excelente, e as piadas foleiras da empregadagem, ex libris do estabelecimento.

Pois a coisa não esteve bem: deixemos de lado o detalhe de haver talheres próprios para a entrada, mas não para o peixe; de o maduro da casa, alternativa em conta aos vinhos de marca da lista, caríssimos, ser uma burundanga; e de o pudim da sobremesa ser uma mixórdia à qual sobrava em farinha o que faltava em ovos, e vamos ao prato de resistência. Foi bacalhau à casa, o que queria dizer à Braga, ou à Narcisa.

Era dessa variedade branca, desmaiada e mal curada, que hoje é quase sempre como ele se apresenta, e que as novas gerações devem imaginar ser uma coisa que partilhamos com os ingleses, com a diferença de os filhos da Ilha, sem se dar ao trabalho de fingir que secaram e salgaram o peixe, o envolverem numa couraça repelente e o decorarem com batatas fritas, congeladas, a saber a bafio.

Vinha meio cru, e por isso regressou à cozinha, já não para lhe reforçar a fritura, que não deve ter sido possível, mas para lhe dar um acabamento de modo a ficar coisa nenhuma.

Fiquei a pensar para os meus botões: agora que já temos uns quantos restaurantes michelénico-estrelados, e muitos mais com cozinha de autor, que gostariam de as ter; que o turismo é, de longe, a nossa indústria de maior sucesso; que os nossos vinhos não param de ganhar prémios e subir na escala de valor, como se diz; que as casas de banho têm torneiras automáticas, que esparrinham para as camisas, e luzes que acendem por milagre, pelo efeito de atravessarmos o umbral, mas estão limpas, cortesia da ASAE - teremos que nos resignar a ver desaparecer o restaurante com defeitos tradicionais e pratos tradicionais, canonicamente feitos?

É esta pergunta angustiada que, em dia de Congresso do PS, aqui deixo. Que na verdade eu era para dizer umas coisas ácidas sobre aquela efeméride. Mas realmente não se passou nada, se é que assim se pode descrever um velório com discursos. No meu jantar sim, passou-se alguma coisa.

publicado por José Meireles Graça às 02:45
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Sexta-feira, 28 de Novembro de 2014

Cegueira contumaz

Vital Moreira foi, com 30 anos, deputado do PCP à Constituinte, e é especialista na interpretação do aborto que aquela Assembleia pariu, para cuja gestação deu um precioso contributo. De 1976 até 1982 foi deputado pelo mesmo partido, do qual se veio a afastar no fim da década para, em 1996, reaparecer como deputado independente pelo PS à Assembleia da República, cuja (do PS) lista encabeçou para as eleições ao Parlamento Europeu de 2009.

É frequente ler no blogue Causa Nossa artigos seus repassados de pontos de vista social-democratas, naturais na agremiação à qual hoje se acolhe, mas não poucas vezes com doses de senso que o afastam de alguns camaradas mais fracturantes, quando não estabanados. E tornou-se num fervoroso europeísta, vírus que com frequência infecta quem, durante uns anos, se não tiver vigorosos anti-corpos, é exposto ao ambiente de Bruxelas e Estrasburgo.

Que um comunista evolua para democrata não é raro, é desejável, e não acho que as pessoas que saltaram o muro fiquem com qualquer espécie de capitis diminutio (o prof. Vital gosta decerto destes bordões latinos, como os seus colegas lentes). Mas o processo mental que pode ter levado a que um catedrático de Direito abandone convicções tão arreigadas e fundas como têm que ser as de um comunista (afinal eles não defendem a evolução, defendem a revolução, não querem melhorar esta sociedade, querem outra, e acham que os fins justificam os meios, digam o que disserem) por volta dos 45 anos é intrigante, ao menos para mim.

O Causa Nossa optou por alinhar na tese da cabala, um direito que lhe assiste, e há já uma saraivada de posts, alguns dos quais, aliás, tocando em vários pontos da actuação das autoridades judiciais que, na ausência de explicação destas, causam alguma perplexidade, que protestam a inocência de Sócrates, com pouca margem para dúvida, e insinuam - mais, declaram, como fez Vital neste artigo de jornal - que a magistratura se está a vingar de Sócrates.

A ideia de que uns magistrados tomaram sobre si a cruzada da perseguição de um político saliente como retaliação pelas ofensas que terá feito à classe (classe que de resto conta com não poucos socialistas), com isso arriscando o prestígio da Justiça e o brilho das suas carreiras, é um delírio, tributário das teorias de conspiração pelas quais algumas mentes radicais se deixam contaminar.

Sucede que numa pequena frase, perdida no meio de um post, lê-se isto: "Pessoalmente não acredito que isso [corrupção] tenha ocorrido no caso de JS".

Ora bem: cada qual tem direito às suas convicções íntimas; certezas absolutas sobre a inocência ou culpabilidade de terceiros só os imprudentes têm; mas por tudo, que é muito, o que se sabe de Sócrates, "não acreditar" na acusação de corrupção é bem a demonstração de que Vital se deixa com facilidade cegar: dantes pelo sol de Moscovo, depois pelo internacionalismo das salas cheias de apparatchicks europeus e agora pela personalidade avassaladora do alegado engenheiro.

publicado por José Meireles Graça às 11:45
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Quinta-feira, 27 de Novembro de 2014

Operação "Mani Pulite" em Portugal

Em 1992, a Itália acordou para um terremoto político, semelhante àquele que nestes dias começou a suceder em Portugal, iniciado por Antonio Di Pietro, e outros magistrados da Procuradoria de Milão. A justificação inicial da ação judicial teve a ver com os financiamentos partidários envolvendo o Partido Socialista Italiano (hoje decomposto noutras forças políticas) mas rapidamente, vários sectores da política, outros partidos, e da economia se viram envolvidos.

A resistência por parte do meio político foi enorme. Falou-se, como em Portugal, no fim do regime. Houve suicídios de políticos, pressões enormes sobre a justiça, lutas mediáticas intestinas e escândalo social sem precedentes.

Foram condenadas, ou chegaram a acordo, 1300 pessoas.

Bettino Craxi, ex-primeiro ministro italiano de 1983 a 1987, (amigo de Mário Soares) foi condenado e escolheu a fuga.

Berlusconi, surgiu no espaço deixado vazio, tendo sido entretanto condenado noutros processos.

Antonio Di Pietro, largou a magistratura e dedicou-se à política. Hoje, é um "pária político" em quem ninguém vota.

A Itália não ficou melhor pela grande operação de limpeza. E dizem alguns italianos, que isso aconteceu, porque o regime soube resistir tão bem que manteve intacta a sua componente corrupta. Terá sido uma purga de alguns, que rapidamente foram substituídos por outros, ainda mais ávidos e perfeitos na esquematização da gestão do interesse partidário e pessoal, usando o Estado.

Sucederá o mesmo, em Portugal?

 

Metade dos arguidos do caso Vistos Gold em preventiva

Ricardo Salgado detido

Sócrates detido

Unidade antifraude do fisco está no BES

 

 

 

publicado por João Pereira da Silva às 16:59
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Terça-feira, 25 de Novembro de 2014

Respice post te! Hominem te memento!

Na noite da detenção festejei no Feice com uma quantidade adequada de piadas, umas de mau gosto, outras foleiras - tenho um amor imoderado por estas duas variedades. Os meus amigos feicebuquianos, um ramalhete que não é representativo da população at large por escassearem socialistas, trocaram brindes retóricos e abraços; e era palpável um imenso sentimento de alívio - o troca-tintas, afinal, bateu na parede, a tradição da impunidade dos donos da democracia levou um rombo, e ficou exposto o equívoco daqueles dois milhões e meio de portugueses que nele votaram em 2005 e destes, mais ainda, o dos mais de dois milhões que confirmaram a asneira em 2009.

Havia no ar - há - a esperança de que uma parte do eleitorado tenha aprendido alguma coisa e não entronize a ambição do edil Costa, o qual é, sem a mancha da desonestidade e com um estilo mais senatorial, um Sócrates igual ao genuíno. É disso prova o estatuto de número dois que foi longamente o seu (pode-se ter sido número dois de Stalin, com perdão da comparação, sem ser comunista?), o apoio que sempre deu, e aliás não renega, à longa lista de desmandos que puseram o país de joelhos, e a desvalorização e desprezo a que votou todos os que, no espaço público, sempre chamaram a atenção para os sucessivos escândalos socratianos.

Uma boa semana, portanto, para a salubridade da vida pública e as perspectivas da maioria, ainda que esta talvez não merecesse o inesperado prémio, por ser apenas menos má do que a alternativa. Resta porém um espinho:

Os socialistas de todos os bordos refugiaram-se nas fugas ao segredo de justiça, no circo mediático (qual circo, já agora: o de uns jornalistas encolhidos de frio a debitarem inanidades à espera de umas carrinhas que passavam fugazmente, no meio do nevoeiro?), na duração excessiva da detenção e, finalmente, na falta de fundamentação pública da decisão de prisão preventiva para desvalorizarem a seriedade, e a credibilidade, das acusações a Sócrates, aproveitando para fazer passar a tese de que a democracia, as instituições, a Justiça, e a puta que os pariu, estão em risco desde que se toque num deles. Isto no preciso momento em que tudo isso leva uma poderosa refrescadela - a máquina emperrada que nunca, para desespero das pessoas comuns, parece funcionar, desta vez funcionou.

Mas se toda a gente percebeu que a majestade da Democracia não unge necessariamente a acção de um eleito, o reflexo condicionado do meu lado do espectro político parece tê-lo feito esquecer que a majestade da Justiça não cobre quanta asneira um juiz decida fazer em nome dela.

O juiz Alexandre andou mal, muito mal, ao produzir um anúncio grotesco cheio de minúcias irrelevantes sem dizer uma palavra sobre os fundamentos da sua decisão, que suponho apenas reservou para as partes.

Sucede que nós somos parte, não apenas no sentido abstracto de os juízes decidirem em nosso nome, mas também porque os eleitores têm o direito de saber com que fundamentos se retira a liberdade a uma pessoa na qual confiaram a ponto de se deixarem pastorear por ela durante alguns anos. É porque, com o homem solto, as investigações podem ser prejudicadas? Pois então explica, Alexandre; e, já agora, explica também, ainda que sumariamente, por que razão as investigações não foram feitas antes - afinal o alegado engenheiro já largou os fasces vai para mais de três anos, e mesmo que o tempo da Justiça não seja de pressas cabe não ter excessivo respeito por uma investigação que só o sabe ser se o objecto dela estiver preso.

É que um erro neste processo não tem as mesmas consequências que um erro noutro processo qualquer. Ambos podem ser corrigidos pelas instâncias de recurso; mas neste a parte ofendida podemos ser - e seremos, se houver erros - nós.

Razões por que veementemente desejo que Alexandre saiba o que anda a fazer. Começou mal, não por ter decidido o que decidiu - isso, precisamente, ficamos impedidos de avaliar - mas por achar que tem apenas que dar contas às partes e à sua consciência.

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publicado por José Meireles Graça às 17:47
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Domingo, 23 de Novembro de 2014

Estado de Direito

Um tipo é detido sexta à noite.
Passa a noite na cela e não é ouvido.
Admito que durma mal.
Sábado de manhã não é ouvido. Cresce a ansiedade. Talvez seja ouvido à tarde.
Sábado à tarde leva com 5 horas em pé de buscas.
Volta a não ser ouvido.
Volta a não dormir.
Talvez seja ouvido no Domingo. Talvez.
Volta a crescer a ansiedade, mas já tem 2/3 noites sem dormir e está em más condições.
Se e quando for ouvido já não há qualquer hipótese de se dizer que foi feita justiça.

publicado por Diogo Duarte Campos às 13:47
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Dr. Costa, agora que já não vai ser PM, resolva qualquer coisinha em Lisboa

Não sou especialista em arquitectura, não sei quanto "valia" esta minha memória da baixa lisboeta. Sei que era um dos pontos de referência das minhas vindas a Lisboa em pequenito, era a garantia que as cinco horas de viagem tinham mesmo chegado ao fim. Só acreditei mesmo que George Lazanby estivera em Lisboa ao serviço de Sua Majestade, quando parou ali em frente a fumar um cigarro com o olhar a vagear entre a Suiça, o Teatro D. Maria II e o Nicola.

Hoje, parte-me o coração e o gosto ver ali o estendal achinesado duma qualquer feira de tecidos. Tenho pena de não ter sobrado nenhum intelectual alfacinha das manifes e associações do Londres ou da Sá da Costa para acampar em greve de fome em frente aos azulejos amarelos do Rossio. Onde estavam o Zé do Túnel, os arquitectos do municipio, o presidente António Costa? Como é possível semelhante aberração num dos pontos mais nobres da cidade?

Se a paragem de George Lazenby, e com ele do mundo, não é suficiente; que se invoque ter sido no Diário de Notícias, que criou e deu nome à livraria, que o Grande Saramago foi pressuroso censor nos idos do prec. Qualquer motivo será bom! Como está, é que não!

publicado por Raul Almeida às 01:38
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Sábado, 22 de Novembro de 2014

Chegará Costa ao Congresso?

A detenção de José Sócrates não é uma questão política. É pura e simplesmente uma questão jurídica e aí deverá ser tratada. Como todas as outras e com todos os privilégios que em nome de um Estado de Direito se conferiram ao arguido.

 

A questão política é outra e bem diferente: tem alguma condição (política) de ser candidato a Primeiro Ministros quem foi número 2 de um Primeiro Ministro detido ao que parece por factos ocorridos na quando ambos estavam no Governo?

 

Também não deverá haver aqui responsabilidade política?

publicado por Diogo Duarte Campos às 11:31
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Sexta-feira, 21 de Novembro de 2014

Montanhas e ratos

Ficamos a dever a infernal barulheira que se faz à volta dos vistos dourados à capacidade que têm os cro-magnon do PCP, devidamente acolitados pelos primos do BE (que vivem geralmente a ilusão, e a pretensão, de não pertencerem à família) de influenciar o debate público; à surpresa de uns fait-divers policiais, inusitados por terem como objecto figuras gradas; ao oportunismo do PS, que - naturalmente - explora as dificuldades da maioria (as oposições não existem para facilitar a vida à situação); e ao estado de histeria noticiosa em que os meios de comunicação vivem, aqui e em toda a parte, a ver se angariam leitores, ouvintes e publicidade.

Um ministro caiu, e bem - não é inédito que numa escaramuça morra um general, apanhado por acaso, e à mulher de César etc. etc.; e todos os dias vão surgindo farrapos de histórias de tráficos, influências e moscambilhas, sempre ao nível do diz-que-disse e da conversa de café.

Aguardemos serenamente, como diria o dr. Sampaio, se alguém tivesse a peregrina ideia de o inquirir. Mas, a ser verdade o que aqui se diz, pode bem ser que esta - mais esta - montanha vá parir o clássico rato da absolvição, cobrindo-se o ministério público do ridículo da inoperância insanável, e o juiz que decretou as medidas do manto de justiceiro de pacotilha. Não o desejo - um país que despreza com razão a sua Justiça é um país doente.

Resta que, quanto ao fundo da questão, compro o que o Ministro Portas disse aqui. Já o que expectorou o comunista Filipe, e que vale a pena ouvir foi, na minha tradução livre, que um rico que pode comprar um visto dourado tem lepra; e um pobre dos muitos que nos entrariam pela porta, se ela estivesse aberta - asas. E como defende a igualdade, é de parecer que os ricos deveriam deixar de o ser, para o efeito de todos passarem a ser anjos e não nos baterem à porta.

E isto, que deveria ser apenas a tese do PCP, é infelizmente o sentir de muita gente que, como uma empregada com a qual uma vez discuti aumentos de salários, me disse: até pode ser que tenha razão, mas preferia que todos ganhássemos menos se houvesse mais igualdade.

Foram, até agora, 1775 patifes. Poucos, muito poucos: se tivessem sido 172000 sempre era metade do PIB.

publicado por José Meireles Graça às 12:01
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