Não funciono em concordância com o ano civil. O ano letivo marca para mim, muito pessoalmente, o ritmo dos meus descansos, recomeços, avaliações, propósitos e projetos.
Esta minha dessintonia talvez justifique o contra-ciclo com a habitual "ronda" que agora começa e em que se elencam os "top" de tudo - acontecimentos, música, livros, desporto, fotografias,...- e se elegem (e-democraticamente) as personalidades do ano - melhores, piores, vivas, mortas, do cinema, da política...
Mas parece de facto que há uma "onda" que cresce, uma "tradição", que nos impele a "fechar o ano" para o arrumar como completo e finalizado no dia 31, e assim ficarmos livres para começar de novo, na manhã do dia 1: "2012 foi assim, foi o ano disto, marcado por tal e agora acabou. Prontos para um reset?".
Mas a vida não é toda para adiante. Há imensos fios que nos prenderão sempre ao já passado. É tudo muito mais contínuo, não se fecha, não acaba. O passado prolonga-se em nós, na vida de cada um, na vida do país e do mundo, e nada se "fecha", se cristaliza, se encerra - acho que nem mesmo a morte.
A verdade, portanto, é que valorizo muito isto de fazer memória do que somos, decidimos, escolhemos e vivemos. Percebo que é necessário ordenar ideias, re-situar, olhar para a frente e seguir.
Seja, por isso, em setembro ou dezembro - ou na data que vida de cada um dita - é bom olhar para trás, antes de voltar a olhar para frente,
E fazer isso muitas vezes, não só porque é sinal de vida, mas porque a continuidade é assim mesmo, leva-nos por aproximações tão curtas que parece que não estamos a sair do mesmo ponto. Mas estamos. Estamos sempre.
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