Movida pelo aconselhamento de "conteúdos" do facebook, alterei o curso do meu serão e fui direita à "RTP i" para ouvir falar "um jovem". Chama-se João Marecos, preside aos estudantes, e discursou na cerimónia comemorativa da fusão da Universidade Clássica com a Universidade Técnica de Lisboa.
Cinco minutos foram suficientes para se aliviar de uma série de inconfidências sobre os "sonhos" (sem vestígio de originalidade) dos colegas que representa (e em nome dos quais falou). Por uma questão de rigor científico, presumo que tenha dormido com a quantidade de colegas, de ambos os sexos, suficiente para que o universo estudado possa considerar-se significativo. Se o não fez, já estamos perante o primeiro barrete.
Esse intervalo de tempo chegou também para citar Sophia de Mello Breyner, Vergílio Ferreira, e Manuel Alegre. Só me ficou uma dúvida: falará francês?
Deduzo, ao contrário de Maria Flor Pedroso, que o jovem não gosta de literatura. É legítimo. Mas se em lugar de literatura João Marecos gosta dos autores que mencionei, vejo ali uma espécie de Sampaiozinho da Nóvoa e não dou o meu tempo por bem empregue.
Já devia ter aprendido. Os jovens com idade inferior a (vá lá, não exageremos) 30 anos deviam ser defendidos de falar em público.
Portanto passo. Este rapaz vai direito à reitoria, não precisa da minha ajuda. Estou certa que saberá empregar os anos de universidade para aprender o que lhe falta sobre a arte da intriga. De resto tem bom aspecto, serve para decorar uma sala.
De Afonso Costa a 29 de Janeiro de 2013 às 05:16
Eu fico pasmado com esta gente, esta critica ou tentativa dela, é um autentico desastre e só demonstra que a senhora é mesquinha e invejosa. Claramente a sentir-se inferior por um jovem de 21 anos, tem um arcaboiço intelectual muito superior ao de uma senhora que do altos seus 46 anos de sua frustração. Deixe-me dizer que se engana, em tudo o que diz, ele foi eleito e bem eleito para representar os estudantes. Ao contrário do que pensa, (isto é se tem capacidade para tal), o João Marecos é um representante estudantil exemplar, pois não é daqueles que passa os dias em festas e fechado no gabinete da associação de estudantes com os amigos. Pelo Contrário, vai às aulas , aprova nas disciplinas e convive com a sociedade estudantil de perto.
Por isso o que ele revela da classe estudantil, são o conjunto geral de preocupações que nós os jovens estudantes e o futuro deste país temos nos dia a dia.
No que toca à sua troça por escolhas literárias, não sei se fala francês, mas poderia dedicar um dos mais belos versos do pessoa à senhora, já que ama tanto a literatura ou diz amar. Eu deixo parte de uma obra notável de um belo poeta português e que me parece que assenta-lhe as mil maravilhas.
"Ah, e a gente ordinária e suja, que parece sempre a mesma,
Que emprega palavrões como palavras usuais,
Cujos filhos roubam às portas das mercearias
E cujas filhas aos oito anos -- e eu acho isto belo e amo-o! --
Masturbam homens de aspecto decente nos vãos de escada.
A gentalha que anda pelos andaimes e que vai para casa
Por vielas quase irreais de estreiteza e podridão.", caso não saiba Álvaro de Campos descreve a sua pessoa na perfeição ;).
Acabo deixando um cumprimento Republicano e Fraterno. E citando Bocage para que os seus ciumes se desvaneçam
O Ciúme
Entre as tartáreas forjas, sempre acesas,
Jaz aos pés do tremendo, estígio nume (1),
O carrancudo, o rábido (2) Ciúme,
Ensanguentadas as corruptas presas.
Traçando o plano de cruéis empresas,
Fervendo em ondas de sulfúreo lume,
Vibra das fauces o letal cardume
De hórridos males, de hórridas tristezas.
Pelas terríveis Fúrias (3) instigado,
Lá sai do Inferno, e para mim se avança
O negro monstro, de áspides (4) toucado.
Olhos em brasa de revés me lança;
Oh dor! Oh raiva! Oh morte!... Ei-lo a meu lado
Ferrando as garras na vipérea (5) trança.
Bocage
Que redacção tão trabalhosa para esconder que anda embeiçado pelo Marecos.
Deixe-se disso, jovem. Vergonha é escrever como você escreve. É natural: quem não sabe ler não pode saber escrever.
De Anónimo a 17 de Abril de 2013 às 23:42
Também sabemos que saber escrever não significa ter-se algo de relevante para dizer.
Espero que saiba que o nome de um dos autores que referiu não é Virgílio Ferreira, mas sim Vergílio.
É engraçado que a sua resposta ao anterior comentário seja tão redutora, sobretudo quando não olha para si própria.
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