Mais um dinâmico cientista social que tem coisas para vender. Chama-se Olivier Lourdel e quer incentivos para os clientes e desincentivos para os refractários. A empresa chama-se Altermove, e distribui bicicletas, trotinetas e, pelos vistos, tretas.
E como as pessoas, na sua insondável ignorância, não sabem o que lhes convém e persistem em não andar à chuva nem suarem como cavalos para ir daqui ali, vamos todos, a golpes de multas e proibições, contribuir para a melhoria do ambiente, dado que "os níveis de CO2 nas cidades estão a atingir níveis insuportáveis".
Mas o Francês não se fica a rir. Nós por cá também temos especialistas da mesma extracção: "Se queremos construir cidades e ordenamento das zonas urbanas, temos de fiscalizar e garantir que todas as regras de estacionamento sejam implementadas a bem do cidadão, embora muitas vezes haja contestação", afirmou Luís Garcia, da Zetes Burótica, uma empresa de soluções de mobilidade.
Estou certo que António Bámoláver Costa encara com bons olhos estas madurezas: é moderno, cria postos de trabalho no ramo dos fiscais, forma os cidadãos recalcitrantes no são espírito das regras e proibições, além de aumentar a receita do município via multas. Tudo isto, que não é nada pouco, sem a maçada da melhoria dos transportes colectivos, ou a promoção da construção de parques de estacionamento.
Só benefícios, sem esquecer o nível dos níveis de CO2, que está a ficar "insuportável".
Abençoada desertificação: que para os meus lados, tirante a ocasional rotunda e o respectivo estropício escultórico, a ideia das bicicletas compulsivas ainda não mostra o seu nariz progressista.
E daí, não sei: não me tenho inteirado do nível dos níveis de CO2, seja lá essa merda o que for.
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