
João Miranda, aqui:
"Saída do euro
De entre os defensores da saída do euro só levo a sério aqueles que se derem ao trabalho de explicar o que acontecerá:
- aos salários reais
- ao preço de bens importados como gasolina, computadores e automóveis
- ao valor real dos depósitos bancários
- às várias dívidas que actualmente estão denominadas em euros
-aos bancos e a outras empresas dependentes da dívida
Dos que não se derem ao trabalho de explicar, concluo que ou não estão a sério quando defendem a saída do euro, ou estão a sério mas não fazem a mínima ideia de quais são as consequências." * Fim de citação.
Muito bem. Mas, poder-se-ia também pedir a explicação inversa:
- Como se justifica à população o nível de empobrecimento, degradação da qualidade de vida e miséria geral e até que ponto, essa está disposta a suportar, uma austeridade sem fim à vista, com o seguro agravamento estrutural das assimetrias na zona euro?
Enfim, para início de conversa a questão de João Miranda é interessante. Faltam contudo cálculos comparativos dos custos das duas decisões: sair ou ficar. Muito gostaria de ver uma previsão de desenvolvimento nacional a 20 anos nos dois cenários. Mas... Os economistas, esses cientistas da subjectividade político económica nem se entendem nem se atrevem a especular sobre o que poderá acontecer nesse prazo. É pena e entretanto, sofremos por uma escolha que não foi nossa, embora a tenhamos permitido e sido coniventes.