A solução para a ingovernabilidade da Itália foi hoje apresentada: uma não-solução. Monti continua no lugar, uma vez que Bersani, do Partido Democrático, não conseguiu apoio para formar governo depois de consultar as forças parlamentares.
Berlusconi estava disponível para dar apoio mas o PD não o quis, pois tal significava uma verdadeira aliança com o diabo, incompreensível para o eleitorado democrático. Grillo manteve a sua negação a qualquer “fiducia” afirmando apenas que estava disposto a formar governo se o apoiassem.
Assim, o presidente Napolitano, a dois meses de terminar o mandato e impossibilitado estatutariamente de marcar novas eleições, escolheu manter Monti e nomear um conselho de sábios, dois grupos de personalidades relevantes da economia, cultura e política, que irão definir as reformas urgentes que Monti, o parlamento e o senado deverão implementar nos próximos, curtos, meses.
As eleições poderão ser em Junho ou mesmo Outubro mas com a subida de Berlusconi e de Grillo nas sondagens, a situação para o PD é tudo menos favorável. Ou o PD deixa cair Bersani e nomeia Matteo Renzi como candidato a primeiro ministro, ou vencerá de novo Berlusconi ou a novidade Grillo.
A possibilidade de se nomear novo governo técnico parece afastada de vez e a vontade de entregar a governação à política é clara. A experiência montiana foi muito negativa e é muito mal avaliada consensualmente.
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