Pacheco Pereira só pode estar a gozar connosco quando escreve o artigo de ontem. Excerto do gozo e da falta de respeito:
"Mas é muito interessante ver aquilo que são os bas-fonds da nossa direita radical, entre comentários, blogues e twitter. Não, não estou a falar do PNR, estou a falar de apoiantes do PSD e do CDS, do extinto PAF, muitos “jotas”, mas também gente adulta que enfileirou nos últimos cinco anos do “ajustamento”, vindas de alguns think tanks e amadores da manipulação comunicacional que se formaram nestes anos."
"Não estou a falar do PNR", "Direita radical" e etc.... vão ler o resto se ainda conseguem ler o autor.
Ora bem, como se fizéssemos parte de um grupo conspirador, PP de uma assentada só, insulta e maltrata cidadãos comuns que não fazem mais que escandalizar-se:
- com o peso do Estado na economia (mais de 50% do PIB) e o país cada vez mais pobre
- com a geração que diz ter feito o 25 de Abril e hoje é rica e anafada (PP incluso) à custa dos filhos e netos (a dívida de cada português quanto é?)
- com os sucessivos escândalos de gente sempre associada à política e aos negócios da órbita do Estado que consomem recursos superiores ao que temos de gastar durante um ano em saúde pública
- com a quebra de rendimentos desde que começámos a "patinar" em moeda única porque não se consegue fazer um orçamento equilibrado (há sempre lobbies a satisfazer, construção, não-transaccionáveis, médicos, professores, agora até taxistas), enquanto os países não-socialistas europeus prosperam
Ora, quem contribuiu mais que Pacheco Pereira para que cada vez mais cidadãos se escandalizem com o dito acima? Poucas pessoas, pois PP era um acérrimo defensor da liberalização da vida económica e social portuguesa. Recordo com saudade os inúmeros programas Quadratura do Círculo ainda só na TSF, quando PP era a voz mais sensata entre os comentadores.
Caro José Pacheco Pereira:
"Nós" somos gente preocupada e trabalhadora, lutadora num mundo com dificuldades e exigências que as anteriores geração não tiveram, com rendimentos abaixo dos correspondentes na Europa, sem perspectivas de pensão, que tem por obstáculo principal à melhoria de vida, o Estado cada vez mais burocrático, centralizador, regulador (um sucesso todas as nossas agências, não são?) sufocante e sempre mais ávido de impostos sem nunca se conseguir equilibrar.
Em 2009, João Duque escrevia:
"Cedo, essa geração chegou ao poder, alguns nem com 30 anos de idade. Ainda o alargou através da nacionalização de centenas de empresas, numa correria tal a que nem escapou uma barbearia da Baixa. Meia dúzia de comícios, umas manifs, uma passagem pela sede de um partido e a coisa resultava.
Quando foi preciso, mudaram de partido (para a direita) para manter o pezinho na pista de dança.
Receberam um país com um saldo líquido de activos sobre o exterior (posição de investimento internacional) acima de um terço do PIB (cálculo de Vítor Bento), venderam as empresas que entretanto nacionalizaram, receberam milhões da Europa, consumiram o que tinham e não tinham e reformaram-se, deixando como legado um saldo líquido de passivos sobre o exterior de quase 100% do PIB."
Eram a Geração TuTuTu que entretanto se transformou na Geração EuEuEu que tudo quer para ela própria não se importando com o parasitar de todo o país e de caminho nos afundar em miséria e indigência pública. É contra estes que nos insurgimos. Será isto ser radical?
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