Agora que estamos aqui em privado a esta hora tardia, aproveito para vos fazer uma confissão: ainda não percebi bem para que serve a Web Summit.
Já percebi que é um evento, coisa para cujo acolhimento agora parece que estamos especialmente vocacionados, eventos e hotéis de charme para hospedar os participantes, onde toda a gente quer estar, de políticos a figuras do show-business e do desporto, de jornalistas a presidentes executivos, de investidores a empreendedores, de sectores tecnológicos mas também do retalho, construção, escritórios de advogados e agricultura. Andei a documentar-me. Uma coisa assim do tipo quem não vai fica apeado, como foi em tempos o TGV.
Já percebi que as entradas custam 700 euros mas também podem custar 5.100, ainda mais caro que ir ver os três tenores ao Pavilhão Atlântico, o que com 50 mil visitantes rende uma pipa de massa, e que há gente mortinha por arranjar uma e se traficam no mercado negro graças à iniciativa Inspire Portugal de os organizadores venderem, por sugestão do António Costa, 2.016 bilhetes por dia a 1% do preço a jovens realmente empreendedores que depois os revendem no Facebook a quem dá mais.
Já percebi que é uma conferência modernaça, com oradores de t-shirt ou camisola de gola alta a passear wireless pelo palco com microfone na orelha e tablet na mão, assim um bocado no estilo das missas da IURD ou dos concertos dos Rolling Stones.
Para que serve ao certo, e porque é que se paga tanto dinheiro pelas entradas é que não consigo perceber? Uma espécie de bilhetes para o céu levado à cena num teatro?
Mas mantenham alguma reserva sobre esta minha ignorância, que se os comunistas descobrem ainda vêm para aqui chamar-me cretino da direita ou, pior ainda, antiquado.
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