Mesmo sem resolver todos os problemas, e muitos deles não têm mesmo solução, Portugal seria um país automaticamente melhor se as pessoas que, como o Nicolau que, se houvesse vergonha, seria a vergonha do jornalismo económico português depois de ter divulgado um burlão como economista de craveira mundial, se entregam a escalpelizar obsessivamente o médico, a troika, o tratamento, o programa de assistência financeira da troika, e o sofrimento do doente durante o tratamento, a crise económica e social que ocorreu ao longo do programa, muito mais violenta na sua fase inicial, e ignorar a doença, a falência das finanças e da economia do país e a consequente total dependência de credores, o comportamento de risco que a provocou, o despesismo eleitoralista socialista até esgotar o dinheiro e o crédito, e a parte do sofrimento que resulta da doença e não do tratamento, que é todo, porque sem doença nem sequer haveria tratamento, crescessem um bocadinho mais do que ele e passassem a olhar para o mundo como adultos, e não como pequenos Nicolaus que pensam que os comportamentos de risco não provocam doenças e as doenças são todas curáveis e podem ser curadas com tratamentos inócuos e agradáveis. Com gotinhas de remédio num torrão de açucar em vez de injecções, exposição a venenos ou radiações, ou amputações.
É que, se crescessem, deixariam de dar ouvidos aos pequenos Nicolaus da política cuja visão se pode resumir a bater o pé a Bruxelas para virar a página, ou seja, ignorar ou interpretar de modo inteligente os tratados de modo a fazer deficits superiores aos limites determinados por eles distribuindo dinheiro pelos eleitores e, como consequência directa, aumentar as necessidades de dívida e a dependência de credores, extorquir às gerações futuras a liberdade de levarem uma vida decente e despreocupada sem serem forçadas a pagar as dívidas que a geração actual lhes está a deixar para pagar, e serão elas, e não os credores ou os parceiros europeus, a pagar, e regressar aos comportamentos de risco que provocaram a doença, e a provocarão de novo.
Vamos lá crescer em inteligência, que em altura parece que temos crescido, e uns poucos centímetros já farão uma grande diferença?
Blogs
Adeptos da Concorrência Imperfeita
Com jornalismo assim, quem precisa de censura?
DêDêTê (Desconfia dele também...)
Momentos económicos... e não só
O MacGuffin (aka Contra a Corrente)
Os Três Dês do Acordo Ortográfico
Leituras
Ambrose Evans-Pritchard (The Telegraph)
Rodrigo Gurgel (até 4 Fev. 2015)
Jornais