Será melhor travar institucionalmente António Costa antes que faça mal sério ao país, ou será melhor deixar que se estampe sozinho e seus sócios?
Travá-lo forçadamente criará uma vítima que ficará agarrada ao poder no PS alegando ter tido tudo na mão e ter sido impedido por poucochinho pelos "maus". Os "maus" terão de continuar austeridade mitigada (as cedências - vitória de Costa - já foram feitas publicamente) sempre com a sombra de Costa e da sua união anti-natura de esquerda. Costa será o herói frustrado, mas a única esperança do PaSok para o retorno ao poder.
Deixá-lo espetar-se sozinho dará a vantagem de tornar claro na mente do eleitorado o custo de aventuras irresponsáveis. O custo para todos os portugueses será elevado, mas poderemos atribuir à rubrica do OE: "educação de adultos".
No curto prazo, parece-me melhor travá-lo e essa enorme responsabilidade cabe a Cavaco e ao eleitorado e sectores sociais conscientes. No longo prazo será melhor deixá-lo ir avante e, a responsabilidade será de todos, em primeiro lugar dos seus apoiantes, que assim ficarão completamente comprometidos.
- São opções de fundo, muito críticas.
PS.: Por dificuldades em formação de governos e fragmentação da esquerda, em Itália, foi criado o Partido Democrático, unindo Democratas-Cristão de esquerda, Partido Socialista, Partido Comunista e outras forças de menor representação. Desde a sua criação é um saco de gatos que contribui para a total distribuição em múltiplos pólos do poder nacional e autárquico com facções conflituosas e constantes lutas intestinas. Esta divisão foi explorada por Berlusconi. Está neste momento, o PD, numa união fingida. em torno de Renzi, com apoio da presidência, sectores conservadores liberais da sociedade e a UE. O equilíbrio é muito frágil e o estado a máquina de fundos ao serviço das várias facções. A dificuldade de Renzi em reformar tem maior origem na oposição interna no seu próprio partido. Foi vantajosa para a Itália a formação do PD? Eu acho que foi o enquistamento das forças da reacção.
Em Portugal é melhor deixá-los governar num ambiente muito instável, crítico e de grande exigência com alta probabilidade de estampanço, ou deixá-los motivados para se unirem a prazo quando a situação estiver mais equilibrada e poderem criar um PD "a la longe"?
Blogs
Adeptos da Concorrência Imperfeita
Com jornalismo assim, quem precisa de censura?
DêDêTê (Desconfia dele também...)
Momentos económicos... e não só
O MacGuffin (aka Contra a Corrente)
Os Três Dês do Acordo Ortográfico
Leituras
Ambrose Evans-Pritchard (The Telegraph)
Rodrigo Gurgel (até 4 Fev. 2015)
Jornais