Os cientistas que se ocupam de questões climáticas dividem-se em sete categorias: os que suportam a tese do aquecimento global, seja com origem na actividade humana seja por razões naturais, os que a negam, os que defendem a tese do arrefecimento global, seja com origem na actividade humana seja por razões naturais, os que a negam, os que defendem a tese das alterações climáticas, seja com origem na actividade humana seja por razões naturais, os que a negam, e finalmente os que não fazem a puta da menor ideia, completamente ignorados e para os quais, se fosse preciso inventar uma palavra, eu escolheria climagnósticos.
Destas categorias, os dramáticos, isto é, os que dizem convictamente que ou a humanidade toma as medidas que eles aconselham ou os nossos netos ficam com água pelos joelhos e, entre outras desgraças, a cheirar dos sovacos por causa do suor, têm fundos para investigar, os ouvidos respeitosos de políticos e jornalistas e infindáveis conferências nos quatros cantos do mundo, para onde se deslocam a expensas de fundos públicos e privados; e os outros, se tiverem nomeada, podem aspirar a umas entrevistas e pouco mais, que nunca nenhum político fez carreira a dizer que não é preciso tomar medidas, nem nenhum jornalista vendeu papel a dizer que não há problemas.
Eu sou adepto do aquecimento global. Não da teoria, mas do aquecimento propriamente dito - para os meus lados faz um frio de rachar, gostava de visitar a Gronelândia novamente verde, e quero que os ursos polares se danem, mesmo que houvesse o risco real de as respectivas populações diminuírem seriamente por não se conseguirem equilibrar em placas de gelo do tamanho de cubos para o gin.
Seja tudo pelo amor de Deus: que os cientistas recebam os seus fundozinhos, os políticos os seus pretextos para se meterem na nossa vida, os amantes de causas as suas oportunidades para se imaginarem mais lúcidos que a massa ignara da maioria silenciosa, e os jornalistas as suas parangonas para nos chamarem a atenção.
Mas há limites. Um privatus, americano claro, dá dinheiro a um museu. E este faz uma exposição escandalosa que "suggests that climate change is natural rather than manmade and that humankind is suited for adapting to any future fluctuations".
Isto não pode ser. O privado em questão é um fássista notório, e essa coisa dos patrocínios só se admite se o mecenas, se for de direita, subsidiar pontos de vista opostos aos seus.
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