O Ministério das Finanças não quer mostrar todos os números que permitem avaliar o Orçamento. Só o fará contrariado, sabe Deus em que condições, depois de a UTAO dizer que isto assim é ilegal.
No gabinete do primeiro-ministro há mais um doutor (ou engenheiro?) da mula russa. Não se percebe o motivo: para exercer cargos políticos não é obrigatório ter um título académico. Ou percebe: esta gente sem experiência nem currículo não tem outra maneira de se fazer respeitar socialmente. E assim arranja uma licenciatura falsa, que dura até ser descoberta, para forçar um estatuto e fingir uma superioridade igual à de qualquer um. Verdadeira ou de fancaria, quem é que hoje em Portugal não tem uma licenciatura?
Os senhores administradores do banco do Estado são deixados em sossego, dispensados de entregar declarações de rendimentos e de interesses; quem recebe as pensões mínimas prepara-se para ficar sujeito a "condição de recursos", que o mesmo é dizer que o Estado não lhes dá uma moeda sem antes lhes virar a vida do avesso. Talvez levem uma sopa em troca da privacidade.
Bruxelas, incompreensivelmente, não acredita nas contas do governo. Exige informação adicional para decidir se lhes aprova o papel ou nos corta os víveres.
Ao princípio, quando as esquerdas se entenderam nesta “posição”, parecia que íamos ficar entregues a um comando de oportunistas desmoralizados. Pouco a pouco as dúvidas desaparecem.
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