Quando o governo anterior aumentou a contribuição dos funcionários públicos para a ADSE para 3,5%, tornando o sub-sistema exclusivamente financiado pelas contribuições dos utentes e originando um excedente das contribuições relativamente às despesas, o Partido Socialista denunciou o aumento como desnecessário e excessivo, "um autêntico imposto". Parte da estratégia neoliberal de empobrecimento dos portugueses, está de ver.
Mal chegaram ao governo, e dando corpo à nova estratégia socialista de devolução dos rendimentos aos portugueses, os socialistas chegaram mesmo a avaliar a possibilidade de reduzirem as contribuições para a ADSE, que a sindicalista Ana Avoila propunha repôr nos 1,5%. Mas acabaram por deixar ficar quieto.
Apenas seis meses depois de terem começado a governar, e com a capacidade de gestão que lhes é universalmente reconhecida, os socialistas já se vêem forçados a cortar benefícios aos utentes para evitar o descalabro financeiro da ADSE em poucos anos. Gerido por eles, o desconto de 3,5% deixou de ser excessivo e passou a ser insuficiente para assegurar a sustentabilidade financeira da instituição a médio prazo. E não só o rendimento não foi devolvido aos portugueses, como vão passar a ter menos benefícios pelo mesmo abatimento ao rendimento. Típico da gestão socialista.
Mas, neste caminho que ficou gravado a pedra na Constituição, e apesar dos avanços entretanto conquistados, como já sermos governados por quem perde as eleições, ainda estamos longe de chegar ao verdadeiro socialismo. É irmos aproveitando os pequenos prazeres do capitalismo, enquanto podemos. Quando lá chegarmos, teremos de nos limpar às notas do Escudo.
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