Deixa ver se percebo: a Sanofi deixou de produzir o soro "devido aos preços dos produtos concorrentes fabricados na Ásia, América Latina e África, e com os quais a Sanofi Pasteur não pode alinhar".
É a sina de muitos: não podem competir porque, para qualidade igual, o consumidor escolhe artigos oriundos de lugares onde os custos de produção são mais baixos. Mas neste caso parece que não - os doentes são teimosos e preferem morrer. É o que diz a Organização Médicos Sem Fronteiras, afirmando esperar que o laboratório "ponha à disposição as substâncias de base necessárias à produção do Fav-África" e encontre "uma capacidade de produção para aperfeiçoar este produto antiveneno que possa, a prazo, substituir o Fav-África".
Portanto, o produtor do Fav-África, que é a Sanofi, deve disponibilizar à sua concorrência "as substâncias" e, depois de o ter feito, investir na criação de um produto que faça concorrência aos seus concorrentes e a si mesma.
Temos portanto a lógica clássica e as suas complementares (modal, epistémica, etc. - está tudo aqui) - dessas tinha uma ideia. E temos também a lógica difusa, mais conhecida como fuzzy.
Não sabia o que era. Agora sei.
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