Domingo, 28 de Dezembro de 2014
Revogava-se o DL 51/2011, acabavam-se os limites às encomendas, e ao fim de um mês e pouco o preso preventivo já tinha recebido:
- 37 livros escritos pelo dr. Arnaut;
- Outros tantos do dr. Boaventura (5 dos quais com letras para músicas rap);
- Uma edição anotada, em 11 volumes, dos discursos parlamentares do dr. Jorge Lacão;
- Toda a lírica de Sophia;
- 2 colectâneas com os gatafunhos do dr. Soares publicados na imprensa portuguesa nos últimos 3 anos;
- Um volume, em papel reciclado, com textos eróticos de Isabel Moreira ilustrados por imigrantes dos países islâmicos: uma iniciativa pedagógica da secção do PS do Martim Moniz destinada a propagar a igualdade de género;
- 5 livros com piadas do dr. José Lello (sem ilustração).
Escusam de perguntar, porque o meu pesadelo humanitário não chegou ao capítulo do audiovisual.
De Tiro ao Alvo a 29 de Dezembro de 2014 às 15:53
Também se pode ver esta questão por outro ângulo:
Em os socialistas tomarem o poder - eles julgam que será breve - os presos vão viver melhor, vão ter melhores condições de vida, pois uma coisa parece certa: irão receber livros aos montes e outras encomendas, sem que esse tratamento possa ser considerado um luxo, antes um direito.
É certo que isso vai exigir mais pessoal nas cadeias, logo maior despesa pública. Digo isto por que o controle dos livros e outras encomendas a entregar aos presos (para verificar se não escondem armas ou droga), vai exigir a feitura de mais regulamentos e a criação de mais registos, para além de outros procedimentos (todos muito bem fundamentados) que, forçosamente, vão exigir a admissão de mais funcionários públicos, com o consequente aumento da despesa pública, tal e qual como os socialistas gostam de fazer. É o que se chama efeitos secundários.
Estamos aviados.
Eu não sei se a quantidade de encomendas é ou não escandalosamente errada (parece-me que é razoável); nem sei se deve ser medida ao peso (parece-me um pouco estranho). Li o Dec-Lei e percebo que haja limitações, desde logo por motivos de espaço e de identidade. No meu post anterior (chamado "Posta-restante") digo que o problema levantado não está na regulamentação das encomendas, mas sim na vaidade e no narcisismo dos remetentes.
De resto, Tiro, receio pela insensatez que descreve. Os actuais "notáveis" do PS não se limitam a fazer dela uma retórica. Pelo menos uma boa parte vê o mundo assim, é mesmo uma convicção.
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