Em 1992, a Itália acordou para um terremoto político, semelhante àquele que nestes dias começou a suceder em Portugal, iniciado por Antonio Di Pietro, e outros magistrados da Procuradoria de Milão. A justificação inicial da ação judicial teve a ver com os financiamentos partidários envolvendo o Partido Socialista Italiano (hoje decomposto noutras forças políticas) mas rapidamente, vários sectores da política, outros partidos, e da economia se viram envolvidos.
A resistência por parte do meio político foi enorme. Falou-se, como em Portugal, no fim do regime. Houve suicídios de políticos, pressões enormes sobre a justiça, lutas mediáticas intestinas e escândalo social sem precedentes.
Foram condenadas, ou chegaram a acordo, 1300 pessoas.
Bettino Craxi, ex-primeiro ministro italiano de 1983 a 1987, (amigo de Mário Soares) foi condenado e escolheu a fuga.
Berlusconi, surgiu no espaço deixado vazio, tendo sido entretanto condenado noutros processos.
Antonio Di Pietro, largou a magistratura e dedicou-se à política. Hoje, é um "pária político" em quem ninguém vota.
A Itália não ficou melhor pela grande operação de limpeza. E dizem alguns italianos, que isso aconteceu, porque o regime soube resistir tão bem que manteve intacta a sua componente corrupta. Terá sido uma purga de alguns, que rapidamente foram substituídos por outros, ainda mais ávidos e perfeitos na esquematização da gestão do interesse partidário e pessoal, usando o Estado.
Sucederá o mesmo, em Portugal?
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