No desfile de idiotas a que se convencionou chamar "campanha para as presidenciais", Nóvoa, o pároco da Igreja Progressista do Tempo Novo, mais uma vez diz disparate. Sim, trata-se de um desfile de popularidade televisiva que será ganho pela maior estrela promovida na televisão mais popular.
Quando estou em Portugal, algo chama a atenção. Quem cá vive, talvez já tenha desistido de ver os nossos canais generalistas e aceita que são maus e pronto, mas, digo-vos, o nível, em comparação com o das televisões italianas, é atroz. Os nossos ainda conseguem ser muito mais medíocres do que os dos nostri amici.
Adicionando à porcaria de televisão de que acham que nós gostamos, temos em comunhão, a vergonha dos partidos que centripetam os maus, e centrifugam os bons, a seleccionar aqueles de quem podemos gostar. E assim, os candidatos aos lugares públicos estão ao nível a que a pior televisão os promove. Não há fuga. No PSD, o não ungido pelas TV, Passos das Oportunidades Perdidas, e no CDS Cristas, do partido Tuk-tuk, lutarão para fugir à inevitável irrelevância. À esquerda, os ungidos de nascimento e cultura fofinha do progresso e solidariedade, benditos pelos nossos jornalistas especializados em causas boas para apresentar nos intervalos da publicidade, têm uma vantagem invencível.
Não façamos algo rapidamente para criar e devolver esperança, não. Mais tarde poderemos sempre queixar-nos e dizer que "bem avisámos". Enfim, um sucesso de país que nunca depende de nós, afinal: somos apenas "espetadores".
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