Num fim de tarde, um cidadão sobreocupado pára para ler as notícias, por delas andar afastado há algum tempo, e descobre sem surpresa que o País continua igualzinho. Porque lhe dizem que é necessário fazer cortes de 1,2% do PIB para atingir em 2015 um défice de 2,5%, mas a coisa depende de estudos. E como entretanto há eleições de um grupo de notáveis para se juntarem a outros parasitas na Câmara dos Representantes e o eleitor não quer saber da Federação mas olha de lado para os cortes - os estudos vão ser inconclusivos.
De mais a mais, um dos grupos candidatos a fingir que tem uma palavra a dizer no Senado de Roma já anunciou o que pensa dos cortes: não são necessários, do que se faz mister é de corrupios no alto dos montes, bolsas para apurar definitivamente os efeitos no clima do bater de asa das borboletas-lobas, e a criação de clusters no sector das hortas e das enfermarias unissexo.
Entrementes, há teimosos que têm das coisas uma visão primitiva e rude. Por exemplo, vejamos este caso dos nadadores-salvadores: que resposta devem ter, depois de ponderados todos os interesses em presença? Dou uma pista: é o antónimo de sim. E quanto às velhinhas analfabetas? O caso é complicado, mas graças a Deus com alguma imaginação seria possível encontrar uma solução engenhosa: i) Extinguir a Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade - um Ministro chega perfeitamente para se ocupar dos Assuntos Parlamentares e a Igualdade, na parte em que a consagração na Lei não chegue, pode esperar; e ii) A Senhora ex-Secretária põe-se à cabeça de um grupo de voluntários e vai ela dar aulas de alfabetização.
E agora que de uma penada já dei dois contributos - um para evitar despesa nova, outro para eliminar antiga - vou ver se trabalho mais um bocadinho.
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