Acham que a pantomina dos passes sociais baratos da Ericeira a Setúbal montada neste 1º de Abril pelo governo Antóno Costa e pelo presidente da CML é eleitoralista?
Vocês não viram nada, vocês não sabem o que é eleitoralismo.
Esperem pelo reembolso do IRS neste ano de eleições para verem o que é eleitoralismo.
Ao longo de 2018 as tabelas de retenção na fonte fizeram reter muito mais IRS do que era devido e mesmo do que é habitual, o que por um lado faz aumentar a receita fiscal e melhorar o deficit, uma das bandeiras para a campanha eleitoral socialista lá mais para a frente, e por outro fez aumentar brutalmente os reembolsos que serão pagos este ano até às eleições, uma notícia agradável para os contribuintes que receberão muito mais do que estão habituados a receber. Já vos disse que este é ano de eleições?
O outro lado destas boas notícias é que em 2018 os contribuintes receberam menos do que deveriam ter recebido se as tabelas de retenção na fonte estivessem minimamente ajustadas aos valores de facto devidos por eles que são os que são apurados quando o imposto é liquidado. Mas do que receberam a menos em 2018 a memória tratará de diluir, enquanto do que começaram a receber a mais no início de 2019 com tabelas de retenção mais amigas do contribuinte a memória guardará. Também não se lembrarão no momento do voto que os reembolsos em 2020 serão muito mais baixos que em 2019, porque será um facto futuro que a memória não alcança.
Se os eleitores forem na burla e pensarem que o governo lhes está a dar mais dinheiro em 2019 em vez de se aperceberem que o governo lhes tirou dinheiro a mais em 2018 para lho devolver sem juros agora, as eleições estão no papo.
E se forem na burla merecem ser burlados.
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