De acordo com alguns autores, o melhor que temos na Europa para nos proteger dos socialistas e da sua voragem pelo despesismo eleitoralista e irresponsável que conduz inevitavelmente ao abismo financeiro e do seu fascismo normalizador politicamente correcto são os movimentos, e tenho alguma dificuldade em baptizá-los porque os populistas dizem que não existe populismo, a extrema-direita diz que não há extrema-direita, os nacionalistas dizem que não há nacionalismo, e todos dizem que quem usa esses qualificativos para os designar é socialista ou idiota útil do socialismo, mas chamemos-lhes, sem grandes preocupações de rigor e mesmo que não sejam, apenas por uma questão de dar a entender claramente de quem estamos a falar como se usássemos uma alcunha conhecida em vez do nome verdadeiro que nem toda a gente conhece, populistas de extrema-direita nacionalista.
Além de tudo o mais, estes populistas da extrema-direita nacionalista vão-nos defender contra a entrada massiva de refugiados muçulmanos, mesmo sendo verdade que em Portugal terão a missão facilitada pelo facto de não haver assim muitos refugiados muçulmanos interessados em refugiar-se cá. Mas a atitude vale, nem que seja pelo simbolismo, e portanto eles vão-nos proteger dos refugiados muçulmanos.
Já o socialismo é um problema de que precisamos mesmo de mais protecção do que temos, de tal modo se anuncia como triunfal o passeio que António Costa parece ter pela frente, de vitória eleitoral anunciada e de canja contra uma direita que parece incapaz de se afirmar como uma alternativa, tanto mais quanto por vezes se parece querer afirmar mais como um complemento, um contrapeso ao complemento bloquista do outro lado da balança, do que como uma alternativa ao socialismo.
Estamos, portanto, condenados a mais 4 anos de socialismo ou menos, se o próximo governo de António Costa conseguir rebentar com isto, por exemplo por acontecer um abrandamento do contexto global de crescimento económico que tem sustentado em Portugal o crescimento e o aparente equilíbrio das contas públicas, antes de completar o seu mandato. E o que podemos esperar do socialismo?
Vamos esquecer as propostas mais radicais que ainda há meia dúzia de anos eram repetidamente defendidas como sensatas, quase um dever para defeder as populações das garras do fascismo financeiro "de Bruxelas", como o repúdio da dívida, ou a saída do Euro, ou mesmo da União Europeia, e atentemos apenas ao que pode ser actualmente um programa económico de governação socialista:
Em resumo, agradar a tudo e a todos com dinheiro caído do céu, de mistura com a vocação para a aldrabice que faz da prestação de contas um exercício de toda a dose desorçamentação de que se é capaz, tudo debaixo de uma capa moralista de defesa dos mais desfavorecidos contra a voragem do capitalismo e da elite financeira e contra o garrote "de Bruxelas".
Isto poderá perfeitamente vir a ser a vertente económica do próximo programa de governo socialista concertado entre o PS costista e o BE, admito que não lhes seja necessário incorporarem as sugestões igualmente socialistas de combate à especulação imobiliária do PSD de Rui Rio, mesmo que este se disponha a colaborar com eles pela defesa do interesse nacional acima do interesse egoísta do partido, por não precisarem dele para nada, e que o velho PCP continue a sua descida no plano inclinado para a irrelevância desde que, ao apoiar o governo costista, prescindiu dos travões que lhe retardavam a descida, por também não precisarem dele para nada. Isto no cenário que hoje em dia parece mais provável de o PS ganhar em 2019 as eleições que perdeu em 2015, sem maioria absoluta mas com capacidade para formar uma maioria absoluta com o apoio parlamentar ou governativo do BE.
E é disto que se espera que os populistas da extrema-direita nacionalista nos consigam proteger.
E como é que eles nos vão proteger do socialismo?
Através de um programa económico de governação populista nacionalista alternativo, de que para não inventar podemos ir buscar, a título de exemplo, o do actual governo italiano:
Em resumo, agradar a tudo e a todos com dinheiro caído do céu, de mistura com a vocação para a aldrabice que faz da prestação de contas um exercício de toda a dose desorçamentação de que se é capaz, tudo debaixo de uma capa moralista de defesa dos mais desfavorecidos contra a voragem do capitalismo e da elite financeira e contra o garrote "de Bruxelas".
É igual ao programa económico de governação socialista? É.
E como é que estão a reagir os mercados a este programa? Como sempre reagem a programas socialistas.
Se nos vier alguma vez a calhar na rifa vai voltar a ser um passeio dos alegres para novo resgate? Vai.
Mas sem refugiados muçulmanos.
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