O que dizem as capas dos jornais de referência à volta do dia das eleições?
O Expresso recorreu ao velho truque, que resulta sempre, de editar à sexta-feira o jornal para ser lido no sábado, dia de reflexão, propondo um sentido de voto e chave da leitura dos resultados.
Obtidos os resultados esperados, o Expresso seguiu o rumo planeado.
O Pinto Balsemão foi, miseravelmente, o pior primeiro-ministro que o PSD deu a Portugal, e talvez o pior da democracia. Depois, dedicou-se com sucesso variável ao negócio de vender presidentes como se vendem sabonetes, que só não o conseguiu vender a ele porque ele não prestava mesmo para nada, e agora, depois de ter vendido a Barbie que chegou a primeiro-ministro, mais graças à sua putice que ao merchandising dele, quer-lhe encontrar um Ken. Se o partido lhe for na conversa é porque o merece.
Uma capa com uma fotografia do Passos Coelho com ar de facínora e uma notícia sobre agressões da Igreja Católica? Se calhar é do Público...
Ler isto dito por um jornalista experiente que geriu um programa de economia (O Expresso da Meia Noite) e director de um jornal que foi em tempos de referência é lastimável. O que Draghi defende é o óbvio e parece que em Portugal nos recusamos (por opção ?) a ver o óbvio: Défice é dívida; Portugal tem uma dívida muito alta; Dívida insustentável implica juros altos; Juros altos implicam risco de contágio na zona monetária.
Draghi está no centro da política monetária da Zona Euro, logo deve preocupar-se com o défice português, por direito e função. Fomos nós que lhe demos o mandato e somos sócios do BCE.
Ricardo Costa esquece-se, ou faz de propósito?
A "reportagem" fotográfica do New York Times é péssima: distorcida, ignorante, e carregada de preconceitos ideológicos. Faz um retrato apocalíptico do país, ilustrado com incorrecções e erros factuais.
O Expresso, na excelência da sua irresponsabilidade "jornalística", totalmente acrítico, subserviente, e inútil, não dá por nada. E vende o gato pela lebre que comprou.
O cuidado do "jornalista" em rematar a "informação" lembrando que Portugal está "situado no extremo ocidental da Europa" (possivelmente por engano, livrou-nos do apêndice "à beira mar plantado") também é uma boa ilustração. Da poética cretinice que, em Portugal, leva a prémios "literários".
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