O dr. Medina? Sim. Desfazia-lhe a cara com um martelo pneumático e arrancava-lhe o escalpe. Depois, com muito cuidado, semeava-lhe um jacarandá no lugar do nariz. Toda a área que, no tempo velho, estava ocupada com tufos de cabelo era substituída por um relvado.
Durante os trabalhos, executados a frio, o dr. Medina guinchava. E eu esclarecia: "É o progresso!". E ele impacientava-se, e respondia com pontapés. E eu sossegava-o: "Tenha paciência, dr. Medina, eu sei que isto agora custa um bocadinho, mas vai ver que vale a pena. No fim vai ficar muito bonito!".
Sim, mas não. Que eu não era pessoa para uma obra destas. Só pensei no projecto, e sobrou-me tempo para todos os requintes durante a hora e meia que demorei a atravessar a Av. da República.
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Imagem daqui.
Recebi na empresa que a duras penas dirijo este simpático convite. E apressei-me a agradecer:
O papel da Câmara Municipal de Lisboa na economia da cidade é indiscutível e saber aquilo que é feito para alavancar a economia da capital portuguesa é de extrema importância para os portugueses.
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Bom dia.
Estranhamos o convite referido em epígrafe, visto que, em princípio, uma empresa de Fafe tem um interesse a tal ponto moderado em "alavancar a economia da capital portuguesa" que só por pudor não revelamos que ponto seja esse.
Nem por isso deixamos de formular os nossos agradecimentos, manifestando a nossa disponibilidade desde que as deslocações e estadia em Lisboa nos sejam oferecidas e possamos chegar a acordo quanto ao valor da indemnização para ouvir o dr. Fernando Medina.
Aproveitamos o ensejo para apresentar os nossos mais cordiais cumprimentos.
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