O Ministério das Finanças não quer mostrar todos os números que permitem avaliar o Orçamento. Só o fará contrariado, sabe Deus em que condições, depois de a UTAO dizer que isto assim é ilegal.
No gabinete do primeiro-ministro há mais um doutor (ou engenheiro?) da mula russa. Não se percebe o motivo: para exercer cargos políticos não é obrigatório ter um título académico. Ou percebe: esta gente sem experiência nem currículo não tem outra maneira de se fazer respeitar socialmente. E assim arranja uma licenciatura falsa, que dura até ser descoberta, para forçar um estatuto e fingir uma superioridade igual à de qualquer um. Verdadeira ou de fancaria, quem é que hoje em Portugal não tem uma licenciatura?
Os senhores administradores do banco do Estado são deixados em sossego, dispensados de entregar declarações de rendimentos e de interesses; quem recebe as pensões mínimas prepara-se para ficar sujeito a "condição de recursos", que o mesmo é dizer que o Estado não lhes dá uma moeda sem antes lhes virar a vida do avesso. Talvez levem uma sopa em troca da privacidade.
Bruxelas, incompreensivelmente, não acredita nas contas do governo. Exige informação adicional para decidir se lhes aprova o papel ou nos corta os víveres.
Ao princípio, quando as esquerdas se entenderam nesta “posição”, parecia que íamos ficar entregues a um comando de oportunistas desmoralizados. Pouco a pouco as dúvidas desaparecem.
Chama-se Bruno Maçães. Subordinado a Rui Machete (personalidade simbólica que Passos Coelho desenterrou para representar o "acordo" de "salvação nacional"), é o novo Secretário de Estado dos Assuntos Europeus.
Surpreendentemente, chega-nos da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Também tem um blogue no Expresso onde podemos admirar as suas sofisticadas mundividências.
De resto, é como diz a fotografia: tem ou não tem aspecto de "jovem académico de méritos reconhecidos e vasto currículo"?
"ACORDA, palhaço!!! Não sei quê, e tal TÁZADORMIR??? OLHAÍÍÍÍ, não sei que mais, ACORDA!!!!!!"
Acordou. Tropeçou na tairoca, espetou o queixo na aresta da cómoda, segurou-se ao naperon e puxou por ele com toda a força na esperança desesperada de se agarrar. Fez desequilibrar o candeeiro de louça e todas as peças que estavam em cima do pano, incluindo um frasco de Heno de Pravia, duas pastorinhas de Sèvres, um molho de chaves, e uma esferográfica que lhe acertou em cheio na retina. Deitou a mão ao cortinado e veio o varão disparado por aí abaixo, aterrando de topo na tampa do baú que, abrindo-se em pedaços, atirou com um madeirão ao suporte do dossel. Quando Nunes Liberace acudiu ao estrondo estava tudo escaqueirado. Maria chorava baixinho, agachada a um canto, com um cristal do lustre pendurado na franja e uma perna presa no abat-jour. E a camisa de dormir enredada à volta do pescoço.
Eram exactamente 20:30, e aconteceu em frente às câmaras de todas as estações de televisão.
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