Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2013

associações Perigosas

Por estes dias associei  uma série de "filmes" que nos têm sido servidos nos últimos tempos a um (bom) livro que estive a ler.

 

Os filmes: 

 

O QUE OS FINLANDESES PRECISAM DE SABER SOBRE PORTUGAL 


WHAT PORTUGUESE SHOULD KNOW ABOUT FINLAND

O QUE A ALEMANHA DEVE SABER SOBRE PORTUGAL

O QUE OS BRITÂNICOS DEVEM SABER SOBRE A ROMÉNIA (not a movie, really...)

E o livro (na versão inglesa), "If this is a man", Primo Levi:

"(...) For this reason it is everyone´s duty to reflect on what happened.(...) The ideas they proclamed [Hitler, Mussolini] were not always the same and were, in general, aberrant or silly or cruel. And yet they were acclaimed (...) by millions of followers. We must remember that these faithful followers, (...), were not born torturers, were not (but a few exceptions) monsters: they were ordinary man. (...)
A new fascim, with its trail of intolerance, of abuse, and of servitude, can be born outside our country and be imported into it, walking on tiptoe and calling itself by other names (...). At that point, wise counsel no longer serves, and one must find the strenght to resist. Even in this contingency, the memory of what happened in the heart of Europe, not very long ago, can serve as support and warning".


São associações livres, estas que fiz. Obviamente que mitigadas por enormes diferenças. Still, ...
publicado por Ana Rita Bessa às 11:07
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Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2013

wARTime.

 

O improvável binómio WAR-ART, segundo aprendi recentemente, é muito intrincado e a relação entre ambos tem muito de salvífico.

Em recente visita à National Gallery (Londres), uma amiga falou-me da "Picture of the Month" que era exposta numa das salas do museu durante os últimos anos da Segunda Grande Guerra. O assunto interessou-me e quis saber mais...

 

Nos meses que se seguiram à declaração de Guerra, Londres preparou-se para a violenta chegada desta até si: foram construídos abrigos anti aéreos, muitas crianças foram evacuadas e máscaras de gás distribuídas pela população. Também a coleção da National Gallery tinha que ser posta a salvo e muitas foram as soluções estudadas.
 

Para começar levou-se a cabo um levantamento das casas, em zonas menos propensas a bombardeamentos, que pudessem albergar as obras. Mas havia muitas restrições práticas, desde logo quanto à largura das portas, espaço na casa, condições de temperatura e humidade. Muitas das experiências não correram bem..."The owner is nice, ruled by his wife, a tartar, anxious to have NG pictures instead of refugees or worse"- um exemplo de uma anotação à margem de uma das casas visitadas.

 

Surgiu então a possibilidade da coleção ser levada para o Canadá, mas Churchill - no seu estilo carismático- opôs-se dizendo :"Hide them in caves and cellars, but not one picture shall leave this island". E ainda bem que foi assim, porque muitos foram os barcos bombardeados durante a travessia do Atlântico.

 

Finalmente, depois de meses de planeamento, a coleção acabou por ser transportada para o País de Gales, onde ficou protegida em minas abandondas, secretamente.

 

O diretor do museu -  Kenneth Clark, então nos seus thirties- foi responsável por muitas destas decisões e também a ele se deve a visão do "Picture of the Month", iniciada em 1942.

 

 

A NG tinha-se mantido aberta ao público e, embora despojada da sua coleção, albergava concertos  - os famosos Lunch-Time Concerts by Myra Hess, que duraram os 6 anos do London Blitz - e algumas exposições quer de obras de colecionadores privados, quer de artistas recentes - a quem Clark queria preservar dos horrores da guerra e da provável morte.

 

Mas, com a aquisição do quadro "Margareth de Geer" (Rembrandt) e o sucesso da sua mostra por 3 semanas numa sala - otherwise empty - da Galeria, surgiu a a questão: porque não repetir esta experiência, numa base regular, a partir da coleção permanente?

 

 

E assim aconteceu. O primeiro quadro foi de Ticiano, "Noli Me Tangere". E muitos outros se sucederam, acompanhados pelo ritmo seguro dos concertos da hora de almoço.

 


 

A NG tornou-se num "defiant outpost of culture right in the middle of a bombed and shattered metropolis" (Herbert Read). No meio do pó, dos destroços de Londres, do cinzento dominante: a cor vibrante, a estética, o sentido da permanência.

 

In wartimes, art can save.

publicado por Ana Rita Bessa às 15:46
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