Os ratos começam a abandonar a ratazana.
A deputada Helena Roseta, eleita nas eleições legislativas de 2015 como independente integrada na lista de candidatos do Partido Socialista ao círculo eleitoral de Lisboa, onde foi colocada no terceiro lugar de eleição absolutamente garantida, ou seja, foi eleita, não pelos votos dos eleitores que avaliaram positivamente o seu mérito para o lugar, mas pela direcção do PS que ao preparar e ordenar as listas lhe garantiu a eleição, veio agora que, depois de dois anos de passeio triunfal pelas sondagens a injuriar e ridicularizar quem se lhe atravessou nesse caminho, o primeiro-mnistro António Costa abriu uma brecha suficientemente larga para revelar a todos de modo a ser impossível não ver o que desde sempre esteve à vista de todos, o seu carácter de facínora, e também o que também esteve à vista mas nem sempre de todos, a sua incompetência para o que quer que seja para além da demagogia e da correcta aplicação das tácticas de sucesso no combate político, e outras qualidades ainda mais elevadas ficaram por revelar, mas a seu tempo certamente emergirão, lamentar a incompetência do governo, e recomendar-lhe que "é preciso merecer o poder que se tem", num incentivo a, com a incompetência e o carácter que ele tem, se transforme numa pessoa competente e decente, como se a transformação fosse geneticamente possível com a idade dele, como se ela não soubesse que não é.
[Agora, assim de repente, tal como um Pacheco Pereira, o último dos social-democratas do PSD, a dirigir-se a uma Aula Magna repleta de socialistas, hesito sobre o modo como a devo tratar? Mas trato-a por camarada numa boa.]
Ó camarada Helena Roseta, em democracia "é preciso merecer o poder que se tem" tem um significado muito concreto, que não é ser empático nem simpático com os eleitores, nem sequer honesto nem decente, mas sim ganhar as eleições onde o povo decide a quem entrega esse tal poder.
Ao seu camarada António Costa, o poder foi entregue pela maioria de esquerda dos deputados do parlamento, incluindo a camarada, sem atender a essa exigência. Se quiser, pinte a cara de preto de vergonha por isso, ou apresente uma moção de rejeição, ou apoie uma apresentada por outros, para se redimir, mas poupe-nos à sua hipocrisia, deixe-se de exigências fingidas para se esquivar a ser manchada pelas asneiras do governo a quem entregou o poder, e vá chatear o Camões.
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