Mais uma sessão do nosso MBA rápido para jovens socialistas que pretendam vir a assumir a pasta da Finanças em governos socialistas, os homens novos do tempo novo, desenvolvido em parceria entre a Universidade de Harvard e a Universidade de Verão do Partido Socialista.
Hoje vou dar uma aula extra-curricular, subordinada a um dos temas mais interessantes que a governação socialista enfrenta sempre, e especialmente no momento actual:
A questão é tanto mais actual quanto o governo e a maioria que o apoia têm accionado todas as alavancas certas para promover o investimento, a criação de emprego e o crescimento económico:
Todas estas políticas são as mais eficazes para promover o investimento, porque toda a gente sabe que trabalhadores mais bem pagos, com mais tempo para o lazer e o consumo, e confiando aos sindicatos a defesa dos seus interesses e dos serviços que prestam ao público conseguem atingir produtividades mais elevadas, sendo mesmo provável que, se recebessem salários equivalentes aos dos trabalhadores alemães e trabalhassem tão poucas horas e tão poucos dias como eles, os trabalhadores portugueses a cozer sapatos seriam tão produtivos como os alemães a fabricar motores de avião. E que, com um ambiente de investimento tão estimulante, os investidores nem se ralam de pagar mais impostos, tamanhos os lucros que terão à mão de semear se investirem.
Só mesmo os neoliberais mais insensíveis são capazes de ter a mesquinhez de duvidar da eficácia destas medidas, com o pretexto de aumentarem os custos de produção unitários e tornarem a nossa economia menos competitiva, destruindo emprego e desincentivando a criação de novos empregos, assim como de aumentarem os riscos de negócio decorrentes da imprevisibilidade da legislação que modela o ambiente de negócios no país, nomeadamente a fiscal ou laboral. Mas o neoliberalismo é apenas um caso de polícia, e não devemos perder o precioso tempo lectivo de uma universidade de elite socialista a discutir as invejas dos neoliberais.
Acresce um factor ainda mais importante e ainda mais estimulante do investimento. Apesar de o caminho para o socialismo estar inscrito há mais de 40 anos na nossa Constituição, temos sido um bocado calões, talvez por culpa do Mário Soares que meteu o socialismo na gaveta, talvez por ter feito as contas, ou alguém que as soubesse fazer as ter feito por ele, e chegado à conclusão que não havia dinheiro para o socialismo, e só desde Novembro último é que estamos finalmente no caminho para o socialismo onde países como, por exemplo, a Venezuela, já chegaram.
Ora, e finalmente chegamos ao problema que pretendemos resolver nesta sessão, com esperança de acessoriamente contribuir para tranquilizar o meu companheiro João Pereira da Silva, a grande questão que temos pela frente é.
E a resposta não podia deixar de ser:
É claro que todos os jovens socialistas deram a resposta certa e estão dispensados de exame. Até à próxima.
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