Movida pelo aconselhamento de "conteúdos" do facebook, alterei o curso do meu serão e fui direita à "RTP i" para ouvir falar "um jovem". Chama-se João Marecos, preside aos estudantes, e discursou na cerimónia comemorativa da fusão da Universidade Clássica com a Universidade Técnica de Lisboa.
Cinco minutos foram suficientes para se aliviar de uma série de inconfidências sobre os "sonhos" (sem vestígio de originalidade) dos colegas que representa (e em nome dos quais falou). Por uma questão de rigor científico, presumo que tenha dormido com a quantidade de colegas, de ambos os sexos, suficiente para que o universo estudado possa considerar-se significativo. Se o não fez, já estamos perante o primeiro barrete.
Esse intervalo de tempo chegou também para citar Sophia de Mello Breyner, Vergílio Ferreira, e Manuel Alegre. Só me ficou uma dúvida: falará francês?
Deduzo, ao contrário de Maria Flor Pedroso, que o jovem não gosta de literatura. É legítimo. Mas se em lugar de literatura João Marecos gosta dos autores que mencionei, vejo ali uma espécie de Sampaiozinho da Nóvoa e não dou o meu tempo por bem empregue.
Já devia ter aprendido. Os jovens com idade inferior a (vá lá, não exageremos) 30 anos deviam ser defendidos de falar em público.
Portanto passo. Este rapaz vai direito à reitoria, não precisa da minha ajuda. Estou certa que saberá empregar os anos de universidade para aprender o que lhe falta sobre a arte da intriga. De resto tem bom aspecto, serve para decorar uma sala.
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