A segunda aula do MBA rápido dirigido aos jovens socialistas que pretendem vir a assumir a pasta da Finanças em governos socialistas, desenvolvido em parceria entre a Universidade de Harvard e a Universidade de Verão do Partido Socialista, é em horário nocturno, para não perturbar o dia de praia dos governantes socialistas.
Hoje vamos falar sobre "Privatizações", um tema ainda mais apaixonante e mais complexo do que o de ontem. As privatizações são, simultaneamente, uma ameaça para a coligação, que incorporou vários partidos, e mesmo vários membros do partido do governo, com alergias declaradas ao tema, e uma oportunidade formidável de proporcionar bons negócios a bons amigos que são amigos do seu amigo. Uma ambiguidade de interesses que só pode ser resolvida com grande flexibilidade ética e política, que vamos procurar ensinar aqui.
O caso de estudo de hoje é a solução para o problema:
A resposta certa é uma solução mais do que testada e comprovada:
Quem chegou aqui tem nota positiva, e pode ir para a discoteca festejar mais este sucesso académico, tendo em atenção que amanhã é dia de praia e as olheiras ficam sempre mal a quem quer parecer bonito. Mas, dada a riqueza do tema, há uma pergunta adicional para os alunos que queiram ter acesso à nota máxima:
Ah, pois, nestas perguntas inesperadas é que se distinguem os bons alunos dos alunos excepcionais, os que continuavam a ir para a escola em Julho, quando os outros já estavam de férias há muito tempo a ouvir o relato do Portugal-Coreia do Norte! A resposta certa é:
Para os que apreciam as tecnicalidades, vale a pena reflectir um pouco sobre os pontos fortes e as dificuldades da solução do anúncio pelo próprio primeiro-ministro.
O ponto mais forte é a credibilidade, porque toda a gente sabe que os primeiros-ministros socialistas são credíveis, se não no conteúdo, pelo menos na forma: derivado à introspecção, é suposto um primeiro-ministro conhecer as decisões tomadas pela própria pessoa do primeiro-ministro.
A maior dificuldade é convencer o primeiro-ministro a dizer o que alguns analistas neoliberais podem interpretar como uma machadada irremediável na reputação de um banco e, portanto, na viabilidade da sua continuação em operação, justamente o objectivo de quem pretende reduzir a zero o valor do banco para o poder vender aos amigos ao preço da uva mijona. O problema acaba por ser circunstancialmente menos complexo de resolver do que parece, porque os primeiros-ministros socialistas são geralmente vaidosos e palavrosos, e incapazes de compreender o alcance do que lhes dizem para dizer, de modo que é fácil convencê-los a dizer coisas, desde que se lhes diga que é bom para eles e ameaçador para os inimigos, por exemplo, os neoliberais de Bruxelas, dizê-las.
Por hoje é tudo, e peço-vos desculpa por ter sido uma aula mais complexa do que é habitual, mas o ensino elitista de uma Universidade que pretende formar os melhores dos melhores socialistas assim o exige. Continuem a seguir-me e um dia poderão vir a ser excelentes governantes socialistas. Ide em paz.
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