Quarta-feira, 9 de Novembro de 2016

To Trump or not to Trump?

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Ganhou as eleições o candidato que assobia às mulheres, emprega imigrantes ilegais para lhes pagar pior e foge aos impostos. Uma oportunidade para os fundamentalistas que defendem a imposição legal do que consideram politicamente correcto perceberem que andam com o carro à frente dos bois e reavaliarem os efeitos, até de ricochete, do seu fundamentalismo moralista.

Perdeu-as a candidata que tinha a esmagadora maioria dos jornalistas, comentadores e celebridades a promovê-la, e que ganhava as sondagens. Uma oportunidade para as empresas de sondagens repensarem os seus modelos de previsão e formação de amostras e para os políticos que também as perdem cá repensarem o seu investimento na propaganda baseada nos fazedores de opinião, nas celebridades e nas boas sondagens.

Resta-nos esperar que as ameaças de políticas que nos são desfavoráveis ou mesmo muito perigosas, do ataque ao comércio livre ao desinvestimento na Nato, do proteccionismo económico à desprotecção militar do mundo livre, políticas bloquistas da direita radical, fossem mais bragging para mobilizar os eleitores red neck do que intenções para levar até ao fim. Se levar, podemos vir a passar um mau bocado com a ameaça e a falta de escrúpulos dos nossos vizinhos de leste, como a Ucrânia está impiedosamente a passar, e o travão à globalização que tirou mais de mil milhões de pessoas da miséria extrema nas últimas décadas também travará o crescimento da economia global e dificultará ainda mais o nosso, e numa época em que as lideranças europeias não têm, nem a lucidez, nem a força, para neutralizar estas ameaças.

E a satisfação de ver a dor de corno dos asnos domésticos que correm a chamar porcos aos americanos que o elegeram em eleições livres e democráticas. Porca era a p. que os p.

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 11:45
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Sábado, 23 de Janeiro de 2016

Os media disto tudo e os ungidos

nóvoa popularidade.jpg

 

No desfile de idiotas a que se convencionou chamar "campanha para as presidenciais", Nóvoa, o pároco da Igreja Progressista do Tempo Novo, mais uma vez diz disparate. Sim, trata-se de um desfile de popularidade televisiva que será ganho pela maior estrela promovida na televisão mais popular.

Quando estou em Portugal, algo chama a atenção. Quem cá vive, talvez já tenha desistido de ver os nossos canais generalistas e aceita que são maus e pronto, mas, digo-vos, o nível, em comparação com o das televisões italianas, é atroz. Os nossos ainda conseguem ser muito mais medíocres do que os dos nostri amici.

Adicionando à porcaria de televisão de que acham que nós gostamos, temos em comunhão, a vergonha dos partidos que centripetam os maus, e centrifugam os bons, a seleccionar aqueles de quem podemos gostar. E assim, os candidatos aos lugares públicos estão ao nível a que a pior televisão os promove. Não há fuga. No PSD, o não ungido pelas TV, Passos das Oportunidades Perdidas, e no CDS Cristas, do partido Tuk-tuk, lutarão para fugir à inevitável irrelevância. À esquerda, os ungidos de nascimento e cultura fofinha do progresso e solidariedade, benditos pelos nossos jornalistas especializados em causas boas para apresentar nos intervalos da publicidade, têm uma vantagem invencível.

Não façamos algo rapidamente para criar e devolver esperança, não. Mais tarde poderemos sempre queixar-nos e dizer que "bem avisámos". Enfim, um sucesso de país que nunca depende de nós, afinal: somos apenas "espetadores".

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publicado por João Pereira da Silva às 08:25
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