Eu podia-vos contar que tirei a vesícula por ter uma pedra.
Mas, habituado que estou a instruir-me lendo comentadores e cronistas com a cultura e a eloquência de um Pacheco Pereira, e não estou a falar de honestidade intelectual nem de lucidez, que podendo dar a uma crónica que resumidamente chama mongos aos trumpistas um título como "A vitória do Pavlov", lhe chama antes "A vitória do dr. Ivan Petrovich Pavlov", um título que a qualquer pessoa menos culta do que ele obrigaria a uma pesquisa prévia na Wikipedia para descobrir o nome completo do homem, e não sei se ele próprio não terá necessitado de o fazer para nos enriquecer o conhecimento com esta preciosa informação, e a semeia com palavras complicadas como "factóides", "Ersatz" ou "tribalização", não me resigno a contá-lo nestes termos simples.
Vou-vos antes revelar que fui submetido a uma colecistectomia por via laparoscópica para resolver sem mais problemas uma litítase vesicular sintomática. E vou também procurar dizer uma ou outra asneira para o mimetizar, que também as diz, por exemplo quando, por se sentir suficientemente à vontade, chama, sem previamente ter confirmado no Google, Cambridge Analytics à Cambridge Analitica.
E porque é que vos conto isto, que irá directamente para o meu dossier na Cambridge Analytica, se é que ela se interessa por mim e pelo que eu digo? Por razões pessoais e por razões colectivas.
Primeiro vamos às razões colectivas.
Como se devem lembrar, na penúltima consulta a que recorri da minha médica de família do Centro de Saúde do SNS de que sou utente para me passar o atestado médico necessário para revalidar a carta de condução, no dia 29 de Agosto de 2017, ela tinha-me receitado, apesar de eu não me queixar de nada e aquela consulta ter motivações meramente administrativas, uma série de análises e exames para avaliar em profundidade a minha situação clínica. Que eu decidi, por não sentir urgência especial nessa avaliação, realizar em estabelecimentos públicos ou com convenção com o SNS, demorassem o tempo que demorassem. Algumas, as análises e o electrocardiograma, fi-las logo no dia 1 de Setembro. Para a ecografia abdominal contactei vários prestadores convencionados e o mais cedo que consegui fazer a marcação foi para o dia 6 de Dezembro. No decorrer do exame o radiologista revelou-me que tinha uma pedra na vesícula que pode provocar inflamações com alguma gravidade pelo que me aconselhou a ponderar extrair a vesícula por laparoscopia. Logo no dia da realização desse exame dirigi-me ao centro de saúde para marcar a próxima consulta e consegui marcação para o dia 23 de Fevereiro de 2018.
Ou seja, entre a consulta em que a médica de família do SNS me receitou análises e exames e a consulta em que lhe pude mostrar os respectivos resultados mediaram 178 dias, meio ano em números redondos.
Na consulta a médica explicou-me as vantagens de realizar preventivamente a extracção da vesícula para não correr o risco de ter que a fazer de urgência no caso de ocorrer uma inflamação que pode evoluir para grave, explicou que o procedimento cirúrgico da laparoscopia é relativamente pouco traumático, se bem que realizado com anestesia geral, e prontificou-se a passar-me uma guia para marcar uma consulta de cirurgia no hospital de minha área de residência. Eu agradeci-lhe a oferta, mas expliquei-lhe que andava aterrado com a incidência de infecções hospitalares fatais em hospitais públicos, que os tempos de espera típicos para consultas de especialidade em hospitais públicos não eram encorajadores para quem ambicionava fazer uma intervenção que, para ser efectivamente preventiva, devia ser realizada com brevidade, e que tinha possibilidade de a realizar num estabelecimento privado, de modo que declinei.
Ao chegar a casa telefonei primeiro a um amigo médico para me recomendar um cirurgião que desse conta da coisa, e depois para o hospital privado onde esse cirurgião dá consultas e opera, e marquei consulta com ele para o dia 26 de Fevereiro, o dia útil seguinte. E na consulta marcámos uma consulta de anestesiologia para o dia 2 de Abril e a cirurgia para o dia 5 de Abril, que depois foi adiada para o dia seguinte.
Ou seja, entre a primeira tentativa de marcação da consulta de cirurgia e a realização da cirurgia num hospital privado decorreram 42 dias, mês e meio em números redondos.
Eu não vou sequer especular quanto tempo esperaria pela minha cirurgia se optasse, nomeadamente por ser forçado a optar por falta de alternativas, pela sua realização num estabelecimento público, nem os riscos que poderia eventualmente correr de agravamento da situação clínica ao longo dessa espera, ou se a esperança de vida restante aos quase sessenta e um anos seria suficiente para ainda poder ter esperança de chegar a ser operado.
Basta-me constatar que no sistema público o ciclo consulta, análises e exames, consulta, demora meio ano, e no privado o ciclo marcar consulta, ser operado, dura um mês e meio para saber sem a mais ténue sombra de dúvida que em Portugal construímos uma sociedade com classes, onde socialistas, bloquistas e comunistas sem classe nenhuma fazem o que podem, e na circunstância actual são eles que podem, para impedir as pessoas que não têm meios, os pobres, de ter acesso aos cuidados de saúde minimamente dignos acessíveis aos que os têm, incluindo eles próprios, não hesitando em negar-lhes o direito humano mais básico, o direito à vida, para satisfazer o capricho de ter um sistema exclusivamente público que não dê lucro a privados.
Depois, as razões pessoais, que podem ter alguma utilidade a quem eventualmente se vier a encontrar numa situação semelhante.
A vesícula não é um orgão vital, é apenas um reservatório para a bílis que é produzida no fígado, e não a ter não perturba por aí além a qualidade de vida, e a extracção da vesícula, que antigamente se fazia pelo método clássico de cortar a barriga, tirar e coser, faz-se hoje por um procedimento cirúrgico muito menos agressivo, a laparoscopia.
Consiste na introdução através de um furinho feito na região do umbigo de uma câmara dotada de iluminação que permite mostrar num écran a imagem do interior do ventre, e de mais três furinhos em três pontos da barriga onde são introduzidos os instrumentos que permitem cortar e extrair a vesícula. A cirurgia é feita com anestesia geral, e os furinhos não são suturados mas tapados com uma espécie de cola que, como qualquer cicatriz, sai com o tempo. A anestesia geral dura cerca de uma hora e meia, e poucas horas depois da cirurgia deve-se experimentar levantar e ensaiar pequenos passeios a pé, acompanhado da coluna de soro fisiológico. Normalmente fica-se internado uma noite, até porque no pós-operatório são administrados medicamentos injectáveis, e tem-se alta no dia seguinte, mas também pode ser feita em ambulatório. Tem-se alta sem recomendações especiais de inactividade ou dieta, a não ser respeitar o desconforto que eventualmente se sentir se se fizer um esforço que não se deve.
Os meus três maiores receios eram, por ordem de importância, que é inversa da ordem pela qual os verbalizava, a dor, a anestesia geral, porque nunca tinha feito nenhuma, e as infecções hospitalares.
Dor, não posso dizer que tenha sentido. Não é mentira dizer que o momento mais doloroso foi o da introdução do cateter na veia do pulso ao chegar ao bloco operatório. Quando acordei da anestesia sentia a barriga vagamente dorida, se bem que com a noção que se espirrasse ou tossisse ou meramente pigarreasse podia ter uma dor violenta. E quando a enfermeira do recobro me veio perguntar por dores na escala de zero a dez respondi-lhe, depois de lhe ter primeiro perguntado se ainda estava sob o efeito de algum analgésico para perceber se devia esperar que piorasse e ela ter esclarecido que já não estava sob o efeito de nada, com um um. E quando a enfermeira do piso apareceu no quarto às sete da manhã a oferecer analgésicos para o caso de estar a sentir dores, disse-lhe que não estava. Algum cuidado para não correr riscos, mas nada de traumático.
A anestesia geral também não me perturbou. Quando estava no bloco perguntei ao anestesista se já estava a ser anestesiado quando comecei a ver o tecto em movimento e ouvi-o responder que sim, e no momento de vigília seguinte o tecto era diferente, pelo que percebi que já tinha terminado a cirurgia e estava no recobro. Como podia mexer o pescoço sem desconforto entreti-me a ver os écrans com os sinais vitais que tinha por trás da cama, prestando especial atenção às medidas de tensão arterial que eram feitas a intervalos de mais ou menos 10 minutos e tinham valores que me pareciam catitas, depois consegui localizar o relógio na parede oposta da enfermaria e expandi o meu âmbito de análise vendo passar o tempo, e ainda consegui ampliá-la mais a analisar também os écrans dos sinais vitais dos outros doentes do recobro cujos écrans conseguia ver da minha cama. Manias de engenheiro. Fiquei com algumas falhas nas memórias da cirurgia. Quando veio falar comigo a tal enfermeira do zero a dez contei-lhe que a primeira recordação que tinha depois da anestesia era de alguém a perguntar "vamos-lhe dar antibiótico?" e de alguém a responder que não, e ela contou-me que tinha assistido à cirurgia e essa conversa tinha sido no início e não no fim. Também lhe perguntei se estava na cama ou na maca, porque tinha reparado nas protecções laterais, e ela confrmou que estava na cama e que quando me tinham mudado da maca para a cama estava acordado ede olhos abertos, e tinha colaborado na mudança, facto que não me ficou na memória. Algumas falhas na memória, portanto, mas nada de problemático.
Infecções hospitalares também parece que, por estar vivo, vos posso dizer que não apanhei.
De resto, nunca tinha dormido hum hospital, mas tive a sorte de apanhar um vizinho catita e conversador, um fiscal de finanças reformado que mal eu cheguei do bloco operatório pediu à filha para recolher a cortina para nos conhecermos, e depois ficámos em amena cavaqueira até que à uma da manhã uma auxiliar nos veio pedir para falarmos mais baixinho porque a nossa conversa se ouvia no corredor, e nunca tinha comido num hospital, mas o jantar até não foi nada mau, umas tiras de carne de porco envolvidas em couve lombarda à maneira de salsichas em couve lombarda, acompanhadas de arroz, tanto elas, como ele, bastante aceitáveis. Ao pequeno almoço ainda estava em dieta hipolipídica mas fui almoçar em casa e a dieta acabou, aliás com a concordância e mesmo incentivo do médico quando me deu alta: "Faça o que se sentir confortável a fazer, defenda-se quando o corpo lhe sinalizar que está a passar o risco".
De modo que deixo aqui uma palavra de conforto a quem se veja na iminência de fazer uma colecistectomia por via laparoscópica. Não há razão para grandes preocupações.
PS. Repararam? Eu disse entreti-me, recortando as duas letras ve à palavra entretive-me. O Pacheco Pereira diz obteram, recortando as duas letras iv à palavra obtiveram. Eu acho que ve e iv se podem bem considerar equivalentes, pelo que se me esforçar consigo chegar aos pés dele, pelo menos nas asneiras em Português. Estou motivado e confiante.
Podia vir aqui opinar sobre a recomendação ontem divulgada do cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, aos católicos recasados de viverem em continência, e especular sobre quantos se terão conformado a obedecer a esta recomendação que nem anacrónica chega a ser por simplesmente anti-natural, mas a entrevista ao padre Feytor Pinto, sacerdote igualmente respeitável, ainda antes do cair do dia a autorizar-lhes a fornicação desfez as condições para se fazer um teste à obediência à autoridade deste grupo de católicos, e vou opinar sobre a odebiência à autoridade noutros meios.
Eu, tinha 17 anos acabados de fazer quando aconteceu o 25 de Abril de 1974, cresci num mundo onde o conformismo e a obediência à autoridade eram valores da direita, e, com a informação disponível, o inconformismo e o desafio à autoridade da esquerda. Poucas semanas de revolução foram suficientes para perceber que a última parte estava redondamente errada, mesmo sem atender aos casos extremos e patológicos de autoridade que já tinha havido, incluindo genocídios, e continuava a haver mas eu ainda não conhecia, e os ainda mais extremos que ocorreram depois, incluindo genocídios. Pelo que é um local bom para se procurarem casos ilustrativos da autoridade e da obediência.
Um dos episódios mais ricos para ilustrar o conformismo e a obediência genéticos da esquerda foi a substituição, a 31 de Agosto de 2013, da deputada Ana Drago, essa mesma que no parlamento tinha gestos de aparente inconformismo, como dar palmadas na mesa quando não estava de acordo com o orador, pela então assessora do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda e co-autora com o professor Francisco Louçã de livros sobre a necessidade de repudiar a dívida, Mariana Mortágua.
O Estatuto do Deputado determina que quando um deputado eleito renuncia é substituído pelo primeiro candidato não eleito da mesma lista no círculo que o elegeu. Em caso de impedimento temporário deste, e apenas enquanto durar o impedimento, o lugar é ocupado pelo candidato seguinte, e por aí adiante, até esgotar a lista de candidatos.
Em 2011, o BE tinha conseguido eleger três deputados no círculo de Lisboa. Quando Francisco Louçã renunciou, foi substituído pela 4º candidata, Helena Pinto, como determina o estatuto.
Já quando a deputada Ana Drago renunciou ao seu mandato, a primeira candidata não eleita da lista de candidatos eleita pelo BE no círculo de Lisboa, a 5ª da lista, Rita Maria Oliveira Calvário, engenheira agrónoma, 33, declarou um impedimento temporário para assumir o cargo, que foi aceite pela direcção do grupo parlamentar, determinando a subida do candidato seguinte, o 6º, Francisco Alves da Silva Ramos, escriturário, 55. Que também declarou um impedimento temporário. Tal como o 7º, Bruno Reinhold de Moraes Cabral, cineasta, 30, a 8ª, Beatriz Gebalina Pereira Gomes, professora, 40, a 9ª, Heloísa Maria Pereira Perista, socióloga, 48, o 10º, André Aurélio Marona Beja, enfermeiro, 33, a 11ª, Maria Deolinda Marques Dias Martin, 54, a 12ª, Maria José Vitorino Gonçalves, professora bibliotecária, 55, e o 13º, José Manuel Marques Casimiro, rectificador, 53. Até chegar à 14ª candidata, Mariana Rodrigues Mortágua, economista, 24 (em 2011, 27 na altura da ocorrência), a primeira da lista que aceitou o fardo de servir a Nação como deputada. Ou deu àquela lista de candidatos uma coisa má e contagiosa e tiveram todos impedimentos ao mesmo tempo, ou montaram uma grande aldrabice para contornar a lista votada pelos eleitores e eleger antes o candidato escolhido pela direcção do partido. Mas pronto, a colaboradora do Francisco Louçã lá trepou pela lista acima até chegar a deputada, como tinha sido determinado pela direcção coordenação do partido e foi respeitosamente obedecido pelos nove deputados eleitos conformistas que renunciaram ao lugar de deputado ainda antes de chegar a tomar posse.
O esquema da fraude eleitoral em pirâmide é mais simples de explicar e de fazer do que o esquema da fraude fiscal em pirâmide. E tem outras qualidades. Não é criminalizado. Não desencadeia a indignação dos pastores das redes sociais, e muito menos, a dos seus fiéis seguidores. E permite dar a volta ao voto do povo e promover os amigos. E, a melhor das suas qualidades, não exige mais do que uma equipa conformista e disciplinada pronta a deturpar o resultado das eleições e a sacrificar a possibilidade de tomar posse como deputada eleita para obedecer às ordens da autoridade partidária.
Mas, por mais que os bloquistas se esforcem por, debaixo de uma capa pública de inconformismo, dar provas de obediência cega à autoridade dos chefes coordenadores, está para nascer quem ultrapasse o Partido Comunista Português em obediência cega à autoridade.
E na Assembleia Municipal do Porto desta semana a CDU acabou de bater o recorde nacional de substituição de deputados municipais ao fazer ascender o 30º membro da lista de candidatos eleita ao grupo de três deputados municipais que têm lugar na Assembleia Municipal, através, não de nove, mas de vinte e sete substituições.
Por mais que o BE se esforce, e o BE pode estar na eminência de ocupar responsabilidades governativas no próximo ano se o António Costa não conseguir nas eleições uma maioria absoluta e não se interessar pelo apoio do PSD para sustentar uma solução governativa, tem muito que aprender no domínio da disciplina e da obediência com o PCP, que exibiu nesta substituição o triplo do conformismo que o BE tinha exibido na outra.
E a direita? A direita que em tempos assumia o mote Deus, Pátria, Autoridade?
Em obediencia à autoridade a direita anda pelas ruas da amargura. O melhor que se pode arranjar por estes dias é o Pacheco Pereira a denunciar e lamentar "o sector que emergiu à volta de Passos e Relvas e depois ganhou outros mentores, que se comporta como dono do aparelho, e que fará tudo para não o perder" que em vez de "fazer críticas ou discutir orientações" pretende "organizar grupos e frações para manter o poder interno". Fracote, nem parece coisa do militante comunista (no sentido estrito de militante e lato de comunista, que não meramente o de obediência à URSS) que mesmo com o 25 de Abril de 1974 não saiu da clandestinidade porque não estava seguro de ter sido mais do que uma revolução burguesa, e só saiu da clandestinidade depois do 11 de Março de 1975, quando finalmente sentiu a tranquilidade de viver em democracia popular liderada inequivocamente pelos comunistas.
A direita, em matéria de Autoridade e Obediência, tem tudo para aprender. Se quiser ser igual à esquerda.
"Este artigo não é sobre as “raríssimas”; ou seja, sobre o caso da associação com esse nome".
Este artigo é sobre as vulgaríssimas, ou seja, sobre o modo como os comentadores comprometidos politicamente remetem discretamente as responsabilidades dos seus amigos e aliados políticos nas trapalhadas em que são apanhados a participar para debaixo de uma resma de papéis onde ficam ao abrigo das vistas, e dos corações, do público.
E como os há que o fazem num português articulado e com capacidade de construir uma teia lógica suficientemente rica e densa para embrulhar o leitor e o conduzir para onde se deseja que ele vá, ou seja, para longe do ponto de partida que é indesejável que ele mire, como o meu companheiro de partido Pacheco Pereira, vale a pena olhar para eles para reconhecer as suas qualidades.
A título de prólogo, e para não ser confundido com a maralha que constitui a muralha de aço do primeiro-ministro no espaço mediático, com gente que não tem vergonha nenhuma de se mostrar sectária e ordinária como o deputado João Galamba ou a jornalista Fernanda Câncio, o Pacheco Pereira começa a apresentação da trama num modo que procura cumprir os mínimos de objectividade para passar à fase seguinte, que é a de captar a atenção da audiência, reconhecendo que "...o poder político, e membros do Governo ou ajudaram a causa, sem cuidados, ou participaram no festim. Nalguns casos pode ter havido crimes, noutros comportamentos eticamente reprováveis..." e que "...A realidade tem mostrado que os membros do Governo e os outros políticos envolvidos não estão a sair-se muito bem das explicações que têm de dar...".
Significa isto que devemos atentar à falta de ética dos membros do governo e outros políticos envolvidos, e a partir daí notar que todos os que estão referenciados nestas práticas são do mesmo partido político e, mais do que isso, do círculo chegado de family & friends de amigos, familiares, amigos de familiares e familiares de amigos do actual primeiro-ministro que hoje se espalharam como metástases por todas as instituições do poder político, da administração pública, e do sector empresarial que depende de um ou de outra por controlo accionista ou dependência de favores, procurar perceber melhor as raízes e as consequências desta endogamia doentia, e tirar delas conclusões consequentes?
Não! Nada disso. Cumpridos os mínimos de objectividade, a análise pode passar à fase seguinte, a fase da distracção daquilo que começa por apontar para aquilo em que se quer que se acredite. Seria tão primário condená-los por terem metido a mão no pote e por se terem associado para a meter, como condenar um violador ou um homicida pela sua maldade e desumanidade pessoais em vez de condenar a maldade e a desumanidade da sociedade capitalista que os gerou e fez de gente de bem criminosos. O mal não é deles, é comum.
Regressando à trama,
Em resumo, "...Isto é corrupção, mas não só. É o retrato de uma sociedade disfuncional, muito desigual, onde quem tem acesso ao poder de gerir, ou de comprar, ou de vender, o faz quase sempre numa rede de amizades e cumplicidades, com proveito mútuo, e tão habitual que não merece condenação social..."., ou seja, é um exercício de futilidade e superficialidade apontar o dedo aos que agora foram apanhados e ao modo e objectivos de como foram espalhados pelos lugares onde foram sujeitos a estas tentações socialmente toleradas, e é até um exercício de inveja apontar-lhes o dedo. O mal não está neles, está em nós.
E como ampliamos o alvo um processo de investigação focada em meia dúzia de figuras, que calha serem todas costistas, que podia ser despachado em tempo útil, por um mega-processo de investigação sobre todos nós, ficamos ao abrigo do risco de alguma vez se conseguir chegar em vida a alguma conclusão sobre de quem é afinal a responsabilidade deste caso. Podemos dormir descansados. Nós e o ex-colega do comentador Pacheco Pereira na Quadratura do Círculo, António Costa. O lixo foi varrido para debaixo do tapete.
E como está bem escrito e apresenta raciocínios bem articulados é suficientemente convincente para quem se deslumbra com raciocínios bem arriculados num portugês correcto, como se fossem garantias de honestidade intelectual.
Podemos dormir descansados...
Um grupo de jovens da Juventude Socialista filmou, e depois apareceu publicado nas redes sociais, um vídeo durante uma acção de campanha da candidatura do PS às eleições autárquicas do município de Penafiel em que, do andar de cima de um autocarro sem tampa, e ao passar por uma senhora de idade que agitava uma bandeira partidária de outro partido, talvez do CDS? um dos jovens socialistas lhe gritou, como informam os jornais,
que eu estou em condições de transcrever para a afirmação real "Vai morrer, ó velha... PS! PS! PS! Vai-te foder, velha do caralho! Havia de te dar um ataque!". Num aparte, curiosamente não encontrei a notícia no Público, certamente por não ter sido suficientemente diligente na pesquisa.
A Juventude Socialista varreu o assunto para debaixo do tapete com um comunicado em que condenou a atitude imprópria e irreflectida do jovem e apresentou um pedido de desculpas à visada e à comunidade penafidelense, e ao mesmo tempo condenou a publicação do vídeo através "de um perfil falso", o que explica ser o "expediente habitual para fazer campanha suja". Condenou os excessos da irreverência generosa da juventude, mas também a maldade da mão que sai detrás do arbusto, nas palavras sábias de um anterior primeiro-ministro de Portugal, que os expôs publicamente. Tudo está bem quando acaba bem.
Mas estará tudo bem?
"Vai morrer, ó velha!" é quase um mimo comparado com as boçalidades que se lêem regularmente nas redes sociais, com as que são publicadas, moderadas por alguma prudência e muitas vezes disfarçadas de exercício de humor, na comunicação social, onde se encontram regularmente apelos à morte de pessoas e até sugestões de soluções para a concretizar, como contratar um pistoleiro do cinema para as balear nos testículos, e até com alguma propaganda partidária, onde o apelo à morte, neste caso de traidores, assume traços heróicos e patrióticos que o tornam, mais do que uma possibilidade, um imperativo cívico.
Esta radicalização do discurso e banalização do apelo à morte por parte de estratos sociais antes aparentemente civilizados verifica-se principalmente desde o início da legislatura anterior, quando foi preciso recorrer a soluções muito penosas para muita gente para tentar, e acabar por conseguir, mas não era nada evidente para muita gente que se conseguisse e, para alguma, era mesmo evidente que não se conseguiria, retirar Portugal do lixo, não no sentido que atribuem ao termo as agências de notação quando a dívida soberana é de duvidoso reembolso, mas no da falência e do risco iminente de desmoronamento do Estado e da sociedade que o anterior governo socialista tinha conseguido provocar.
E é mais do que reforçado pelos modos brutais que o próprio primeiro-ministro usa quando se dirige à oposição, quer em intervenções públicas, quer em entrevistas, quer, ainda mais claramente, no próprio parlamento a que presta contas da actividade do governo.
As coisas são o que são, e a radicalização progressiva das relações entre forças políticas diferentes que se tem observado, não circunstancialmente, mas como um movimento estruturado e objectivado, e se traduz, já, num crescente apelo à violência, para já verbal, resultará no que resultar e eu não sei prever.
Mas, no passado, nunca resultou em coisa boa e resultou frequentemente em fascismos. E, curiosamente, mais vezes em fascismos de direita do que em fascismos de esquerda, ou socialismos, o que não indicia grande inteligência de quem a promove à esquerda. Mas longe vão os tempos em que toda a inteligência e cultura, e já agora moralidade, se encontravam na esquerda, e toda a direita era estúpida, pelo menos até ter aparecido um centrista a quem era concedido, excepcionalmente e sem constituir exemplo, o benefício de ser considerado inteligente, o saudoso Francisco Lucas Pires. Inteligente e nunca radical, acrescento eu. De modo que ver a esquerda a ser pouco inteligente na radicalização e no apelo à violência não é novidade nenhuma nos tempos que correm, em que alguma falta de inteligência é um grande activo para se conseguir acreditar nas quimeras que ela promete e os enganos com que mascara a realidade para ir parecendo que as está a conseguir criar.
Mas, mesmo sem ser capaz de prever para onde nos levará esta radicalização, uma coisa, ou duas, posso, até eu, anónimo desinformado, concluir.
Quando um comentador que nasceu na esquerda radical, depois se integrou no PSD que o encheu de honras e prebendas e onde se tornou até um liberal radical que colocava em causa a própria existência do estado social europeu, e quando o PSD deixou de lhe dar a importância que acha que merece não se desligou da filiação do partido mas regressou a um estilo de intervenção pública de social democrata radical que voltou a deliciar a esquerda radical de onde saltara para a direita que hoje apelida de radical, diz que esta radicalização da vida política através de "citações falsas ou manipuladas, boatos, calúnias e insultos" é "um fenómeno novo e não adianta dizer que o mesmo existe à esquerda, porque não é verdade", mente.
E quando um político hoje em dia baseia o seu populismo na descrispação por que finge lutar e que se gaba de ter conseguido está simplesmente a aldrabar o país.
Todas as profissões têm, pese embora o princípio da igualdade plasmado no Artº 13º da Constituição da República Portuguesa, os seus expoentes e os seus membros mais fracos, e a de comentador não escapa a esta infeliz regra.
No Diário do Governo Público de hoje o comentador (do PSD, para as estatísticas destinadas a provar a presença sufocante e a carecer de limpeza urgente do PSD no espaço do comentariado) José Pacheco Pereira publicou um comentário sobre a Operação Marquês com críticas à condução do processo, nomeadamente por fazê-lo crescer de modo exponencial sem produzir acusação em vez de ir levando a tribunal as acusações que já estão solidamente provadas e ir investigando paralelamente as novas suspeitas que vão surgindo, e a riqueza opulente do currículo do arguido propiciará o aparecimento regular de novas suspeitas durante pelo menos as próximas décadas, que genericamente eu sou capaz de subscrever e tenho muitas vezes manifestado a quem me lê.
Para contextualizar a sua opinião sobre o processo que critica, o comentador começa por fazer um breve resumo das qualidades do arquido José Sócrates, focada nas cumplicidades políticas que permitiram a sua ascenção e o exercício das malfeitorias que dedicou a sua passagem pelo poder a fazer. Em quais?
Mas isto são perguntas de retórica, porque todos os leitores já adivinharam que cumplicidades com o Sócrates é que poderiam alguma vez ser denunciadas pelo Pacheco Pereira: a cumplicidade da direita e, especificamente, do PSD.
É preciso ser senhor de um nível superlativo de trafulhice, comparativamente com o qual o Sócrates é um mero menino de coro provinciano para, num relato sucinto do seu percurso de ascenção e queda, só apontar como referência ao papel de outros agentes políticos:
Identificados com a mestria ímpar que lhe é própria os verdadeiros responsáveis pela ascensão e pelas malfeitorias do Sócrates enquanto primeiro-ministro, a direita e o PSD, há que chamar a atenção para o facto de o comentador Pacheco Pereira ser, acumulando com a militância reconhecidamente leal no PSD, uma espécie de comentador avençado do governo do primeiro-ministro António Costa, que simbolicamente o galardoou com a sua primeira nomeação política ao fim de apenas duas semanas de governo para o Conselho de Administração da Fundação de Serralves. O comentário é genial mas não lhe saiu a despropósito nem como um mero acaso. Saiu-lhe com o propósito bem definido de evitar questionar a associação entre o seu amigo, colega de antigas tertúlias televisivas, e padrinho de nomeações António Costa, e toda a máquina de cumplicidades socialista que mantém no terreno e manteve no passado, e o Sócrates que, com o tempo, se transformou num passivo político, e a substituir essa interrogação comprometedora pelo apontar de dedo aos eternos suspeitos nas suas crónicas, a direita e o PSD. Duplamente genial, no conteúdo, e em colocá-lo ao serviço do propósito.
Este comentador é uma p., mas uma p. que f. bem!
PS: Para o caso de andarem por aí esbirros da polícia dos costumes, que não há mas eles gostavam que houvesse, a vasculhar as redes sociais à procura de oportunidade para me colocar um processo em cima por abuso da liberdade de expressão, neste novo tempo socialista a liberdade de expressão é uma excentricidade de que se tende a abusar, esclareço desde já que o título desta publicação significa "Uma pessoa, mas uma pessoa que fala bem".
Num texto confuso Pacheco Pereira pinta a traço grosso uma história superficial das ideias políticas nas democracias europeias nas últimas décadas, para concluir com desgosto que as condições materiais de vida não estão actualmente a melhorar. Nas palavras dele:
"Foi isso que permitiu um aprofundamento e melhoria da democracia e é isso que hoje emperrou e nos faz voltar para trás. É porque o melhorismo que é intrínseco ao objecto das democracias, o bem comum, está em crise, que estamos a voltar para trás. O mundo novo que está a vir é um recuo no modo de pensar, nas palavras e infelizmente nas acções. Lá vou eu ter que voltar a falar de esquerda e de direita, o que bem atravessado me está. Mas se o mundo se tornou cavernícola, não posso agora pedir-lhe que pare às cinco horas para tomar chá".
Temos portanto que o mundo actual está ficando "cavernícola" mas, felizmente, Pacheco, e presumivelmente um exército de Pachecos que se erguerão do Atlântico aos Urais, moverá uma incansável guerra, reeditando as gloriosas lutas esquerda/direita, que culminarão no assalto ao Palácio de Inverno ou, vá lá, entre nós, ao Quartel do Carmo ou ao Regimento de Lanceiros 2.
Como programa para a terceira idade não está mal; e vejo decerto com muito melhores olhos Pacheco a contribuir com o seu verbo inflamado e a sua juba marxiana do que o veria montado numa bicicleta TT com um equipamento de lycra a oprimir-lhe as adiposidades, que é o que costuma fazer quem quer recuperar os verdores da juventude.
Sucede que o retrocesso a que Pacheco assiste, pasmado, decorre de consultas eleitorais recentes e outras que se adivinham, todas levando ao Poder gente que não está no centro - esse centro que aprecia e que, segundo ele, foi responsável pelo "melhorismo" que dantes havia e agora não há. E como não consta que tenha havido falsificações de resultados, ou falta de democraticidade nos processos, resulta que são os eleitorados que estão a perpetrar estes atentados ao "bem comum".
Os eleitorados estão, portanto, cegos, ou são vítimas de circunstâncias novas cujas causas não percebem. E seria talvez o papel dos intelectuais identificar essas causas, primeiro, e, se fossem atrevidos ou ambiciosos, indicar soluções novas para problemas que são, possivelmente, novos.
É defensável, por exemplo, dizer-se que a União Europeia é um cadáver adiado, ferida de morte pelo Brexit, e que a fuga para a frente, que as burocracias europeias ensaiam, e a opinião europeísta defende, apenas acelerará o óbito; que a Europa tem um problema demográfico e que, portanto, ou o corrige ou reforma os seus estados sociais escleróticos, que sufocam a economia com o peso de impostos confiscatórios; que a política de portas abertas à imigração muçulmana é um suicídio civilizacional porque nem os muçulmanos são integráveis nas nossas sociedades laicas nem deixarão, logo que atinjam uma proporção relevante do total da população que as suas superiores taxas de natalidade entre nós lhes garantem, de entrar em choque com valores que rejeitam; e que a globalização (que, de resto, já ultrapassou o seu pico), combinada com a automatização dos processos produtivos, cria desemprego que talvez venha a ser, ou não, reabsorvido, mas que entretanto obriga a conviver com exércitos de desempregados.
A estes problemas podemos acrescentar outros, e hierarquizá-los de forma diferente. E decerto sem os resolver não regressaremos ao "melhorismo", assim como os eleitorados não deixarão de testar soluções novas que o supermercado da política lhes oferecerá, se novos actores falharem.
O que não podemos é julgar que estas múmias do pensamento conseguem melhor do que aqueles generais que combatem sempre numa guerra anterior; e pior se nem em qualquer guerra anterior jamais tiveram um desempenho que fosse convincente.
Com o tremendismo típico de um charlatão de feira, de um vendedor de aspiradores Rainbow, ou de um pastor de almas, que anunciam aos seus ouvintes catástrofes iminentes que só podem ser evitadas in-extremis, respectivamente, pelos elixires milagrosos que tem para vender, pelo filtro HEPA que afoga os ácaros, e pelas rezas que fazem retroceder o demo, o tele-evangelista José Pacheco Pereira fez à seita de adoradores que lhe bebe piamente a Palavra uma revelação extraordinária e assutadora: que o partido a que ele sempre dedicou o melhor que tinha para dar "está hoje, com direções distritais todas na maçonaria". Todas!
Os adoradores, está de ver, já esperavam a revelação que, como todas as outras revelações deste profeta, confirmam sempre as suas suspeitas mais lúcidas. É disso que gostam nele, de lhes dizer com eloquência aquilo que eles já sabem, que o PSD é, desde que deixou de o considerar para cargos directivos ou internacionais, um antro de malandros, com excepção de um pequeno núcleo de resistentes, os últimos dos social-democratas do partido, de que fazem parte ele próprio, a Manuela Ferreira Leite e o Rui Rio. E quanto mais ele lhes confirma isso, mais acreditam nele, e naquilo em que já acreditavam antes de ele lhes dizer. Quando tudo se confirma, tudo está bem.
Confirmaram eles, mas não consegui confirmar eu. Pois se um desses presidentes de distrital é amigo de há quase 40 anos, compadre e comensal regular desde que veio para Lisboa para o parlamento, e só usa avental na cozinha, tal como eu quando me aventuro nessas artes, mas nunca o vi de avental fora da cozinha, e sei que não usa, como podem ser os presidentes das distritais todos maçons? Não podem.
Eles próprios também não conseguem confirmar que são todos maçons. Alguns deram-se mesmo ao trabalho de chamar os jornais para o desmentir, apelo a que pelo menos o Correio da Manhã, mas o Correio da Manhã não é da seita, toda a gente sabe, respondeu publicando o desmentido.
Ora até o Jorge Jesus é, pelo menos desde que começou a estudar os filósofos chineses, capaz de dominar a lógica aristotélica e de perceber que quando se diz que são todos e há pelo menos um que não é, se mentiu. O Pacheco Pereira mentiu.
O que vai ser dos adoradores, agora que o seu profeta foi apanhado a mentir?
Nada de especial. Como dizia o senhor Osgood Fielding III na lendária frase final do Some Like it Hot, "Nobody is perfect...".
Ao só ter saído da clandestinidade maoista para onde tinha entrado em 1972, não no próprio dia 25 de Abril de 1974, mas apenas depois do 11 de Março de 1975 e de se terem dissipado todas as dúvidas sobre a progressão da revolução portuguesa da democracia burguesa para a ditadura do proletariado, o Pacheco Pereira prometia, e nunca desmereceu a esperança dos que nele a depositaram.
Ontem, ou no tempo do José Sócrates e da Maria de Lurdes Rodrigues a governar, para ser mais preciso, denunciava que...
Hoje, ou ontem, para ser mais preciso, explicou o "ajustamento" na sua coluna no Diário do Governo, não como o resultado da falta de dinheiro, como pensam as pessoas normais e menos dotadas para a compreensão das conspirações obscuras que determinam a evolução do mundo, mas como um combate épico entre o bem e o mal, entre a virtude e o vício, entre o pecado e o castigo...
... devolvendo aos sindicatos, de prévios inimigos dos governos democraticamente eleitos, à condição de inimigos da conspiração neoliberal pró-ajustamento, ou seja, amigos do povo representado pelo PS, pelo PCP e pelo BE, o que pode talvez indiciar que ele, afinal, ainda não chegou a sair completamente da clandestinidade e apenas andava a disfarçar infiltrado como social-democrata na democracia burguesa à espera da oportunidade para relançar a ditadura do proletariado.
E amanhã? Só Deus sabe o que esperar dele, e para onde vão soprar os ventos de Leste. Se calhar, ainda o vamos ver criticar a invasão do Iraque, que, o liberalismo económico, já foi um amanhã que cantou.
O Pacheco Pereira, antigo cão de fila do Durão Barroso que, between jobs milionários arranjados pelo Durão Barroso no Parlamento Europeu e na UNESCO, se prestou a trabalhos sujos como defender a invasão do Iraque, descobriu com as nomeações do Durão Barroso para a Goldman Sachs e do Paulo Portas para a Mota Engil que há políticos que "podem matar a mãe, a família toda (que foi de alguma maneira o que fizeram), que há-de haver sempre quem os defenda.".
Ah, pois há! Pagando bem, aparecem sempre defensores.
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