
Quem é que em Portugal distila mais ódio genuíno e puro às empresas e aos negócios e parte sempre do princípio que são geridos por delinquentes, nomeadamente fiscais, com quem o Estado deve ter mão pesada?
a) O Partido Comunista Português
b) O Partido Comunista Português
c) O Partido Comunista Português
Qualquer das hipóteses de resposta é uma boa aproximação à realidade.
Mas a pergunta continha o advérbio o mais, modo superlativo relativo de superioridade que significa que a resposta certa exige identificar o que é mais do que todos os outros, e não o mero superlativo absoluto analítico que seria conferido pelo advérbio muito, para cuja satisfação ser muito seria suficiente.
E a iniciativa governativa mais odiosa para as empresas e os negócios desde o 25 de Novembro de 1975, a mais motivada pela desconfiança de raiz dos governantes relativamente à ética, honestidade ou simples plausibilidade de cumprimento da lei pelos governados, a mais shumpeteriana por destrutiva dos mais pequenos em maiores dificuldades, foi o aumento em 2003 de 150% (e chamo a atenção para o facto de, não sendo eu um jornalista económico português, um aumento de 150% num texto meu não significar um aumento de 100 para 150, mas de 100 para 250, ou duas vezes e meia o valor de origem) do valor mínimo do Pagamento Especial por Conta (PEC) criado pelo governo de António Guterres em 1998, de 500€ para 1.250€, às empresas, mesmo micro-empresas, mesmo sem lucros, mesmo com prejuízos, para as assassinar pelo sufoco da tesouraria.
E contra este sufoco das pequenas empresas e negócios até o PCP protestou em devido tempo, o que é meritório pela chamada de atenção para o papel determinante das pequenas empresas e negócios para a sobrevivência do tecido económico e social do país e para a importância de as manter vivas, pelo menos até à chegada da revolução socialista, mas lhe retirou qualquer possibilidade de vitória nesta competição.
E quem merece a distinção?
A ministra das Finanças do governo social-democrata de matriz liberal chefiado pelo Durão Barroso, ele actualmente um banqueiro de investimento, e ela um dos últimos especimens juntamente com o seu mentor ideológico José Pacheco Pereira de uma espécie em vias de extinção no PSD, ou talvez não tanto a partir de sábado passado, os social-democratas. Ela mesma, a Manuela Ferreira Leite.
A Manuela Ferreira Leite pode ser social-democrata, pode ser liberal, pode querer viabilizar governos minoritários socialistas liderados pelo António Costa, pode dizer piadas falhadas porque não tem assim muito jeito para a ironia, pode-se travestir daquilo que muito bem entender, até de bahiana, se quiser. Mas em matéria de liberdade económica para os agentes económicos até com o PCP tem lições a aprender.
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