O primeiro episódio do programa "Perdoa-me", da SIC.
No próximo episódio o ministro Pedro Nuno Santos vai pedir perdão aos eleitores por tratar da vidinha dele, da da mulher, e da das mulheres dos amigos ao mesmo tempo que se está cagando para as deles, apesar do o secretário de Estado garantir que em Londres ainda é muito pior.
O Partido Socialista já foi o partido de gente
agora, desde que o António Costa tomou o partido à bruta, mas de quem nasce bruto não se pode esperar diferente, é um partido de fantoches e ventríloquos, patetas em funções de responsabilidade sem preparação nem dignidade para as assumir e que não sabem o que hão-de dizer a papaguear o que lhes dizem para dizer outros patetas em funções de responsabilidade sem preparação nem dignidade para as assumir e que também não sabem o que hão-de dizer mas têm ascendente sobre os primeiros para os fazer dizer aquilo que lhes mandam dizer. Nivelados pelo chefe, e exibindo como única competência a de tentarem ser tão ordinários como ele.
Um esgoto a céu aberto.
Ontem o Circo Costa passou pela cidade e presenteou-a com mais uma magnífica matiné, ao nível a que nos tem habituado, no hemiciclo da Assembleia da República, onde estreou o novo número de ventriloquia apresentado pelo já consagrado membro da companhia Pedro Nuno Santos como ventríloquo, e pelo estreante Ricardo Mourinho Felix como boneco, que desempenharam os papéis de Rafeiro e Cachorrinho na peça "Rosna-lhes às canelas, Bobi".
A técnica de ventriloquia funcionou na perfeição, e os diálogos foram de chorar a rir. Transcrevo alguns excertos:
O artista Pedro Nuno Santos, que se tinha notabilizado pelo modo exímio como desempenhou o papel de idiota que faz caretas e manguitos aos banqueiros alemães para lhes provocar tremores nas pernas no número de palhaços "Marimbando para os Credores, nós temos a Bomba Atómica", classificado pelos críticos como "palavras fortes, eventualmente com uma imagética própria e excessiva", o que, para os que não dominam a linguagem hermética da crítica circense, é uma crítica positiva, num jantar de Natal socialista em Castelo Branco, revelou igual mestria como ventríloquo na condução do fantoche Ricardo Mourinho Felix no parlamento.
Quanto a este, esteve à altura do papel de fantoche, não havendo nada a criticar-lhe na actuação, excepto algumas hesitações que foram prontamente corrigidas pelo ventríloquo.
E o António Costa, o gorducho director do circo que engole sílabas, facturou mais uma subida nas sondagens. Por enquanto, estamos entregues aos palhaços.
Ao contrário de Portugal, cujo governo persiste em ignorar teimosamente as sugestões construtivas do Bloco de Esquerda e aumentou o salário mínimo em apenas 5%, deixando inquietas as pessoas que "sentem que a sua experiência, a sua competência, a sua responsabilidade é completamente desconsiderada", o governo da Venezuela acabou de aumentar o salário mínimo em 30%.
Não é só por má vontade. É também porque o governo português, apesar de socialista, está agarradinho pelas grilhetas do euro. Ao contrário, o governo socialista venezuelano pode imprimir, enquanto tiver dinheiro para papel e tinta, notas de bolívar.
Também é verdade que a inflação na Venezuela anda pelos 700%. O que significa que, para comprar o que um bolívar conseguia comprar há um ano, agora são necesssários oito. Como os venezuelanos foram aumentados 30%, agora ganham 1,30 bolívares por cada bolívar que ganhavam há um ano. Recebem mais, a vantagem de serem aumentados por um governo socialista bolivariano. Mas o que recebem vale seis vezes menos do que valia o que recebiam há um ano, ou seja, quem tinha dinheiro para comprar um quilo de carne há um ano, agora tem dinheiro para comprar um quilo de arroz. O que não chega sequer a ser um problema, porque já não há carne nem arroz nas lojas. Enfim, tudo junto resulta naquilo que os assessores do Podemos ensinaram, a troco de modestíssimos honorários, o governo venezuelano a designar pela "Suprema Felicidad Socialista".
Como chegar então ao ambicionado patamar da suprema felicidade socialista em Portugal? Uma solução prometedora seria marimbarmo-nos para o pagamento da dívida, lançar a bomba atómica e deixar o banqueiro alemão com as pernas a tremer. Mas as palavras terão sido fortes, com uma imagética excessiva, e o próprio proponente hoje em dia esmoreceu o ímpeto reformista da cruzada. A melhor alternativa parece ser sairmos do euro e retomarmos a impressão de escudos, com que podemos pagar salários cada vez mais elevados, até deixarmos de ter dinheiro para imprimir mais dinheiro.
É verdade que, sem o euro e a senhora Merkel (a senhora Merkel é doutorada em Química quântica, mas nem por isso deixa de ser senhora) e o senhor Schäuble a tomarem conta dele, governos de demagogos irresponsáveis poderão devolver livremente os rendimentos aos portugueses aumentando os salários para cima de uns trinta por cento à custa de desvalorizar a moeda para um oitavo do valor que tinha. Mas o que é isso comparado com a suprema felicidade socialista de voltar a ter aumentos, contratos colectivos de trabalho, e lojas vazias, mas com a felicidade de poder atribuir a responsabilidade de estarem vazias aos especuladores e inimigos da revolução?
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