O PSD perdeu o presidente mais ético, corajoso e determinado da sua história.
E como eu sou militante, e talvez haja outros militantes entre os leitores, deixo aqui a minha declaração de voto nas eleições internas para o substituir, e o meu compromisso.
Dos candidatos a substituí-lo, um é apoiado pelo pior que existe no partido, os barões que sempre o usaram como palco para se projectarem ou como instrumento para fazerem negócios privados, os literalmente gangsters com condenações por agressões ou casos de malas de dinheiro, os sectários que quando o lideraram excluiram todos os que os tinham confrontado em eleições internas, incluindo o Pedro Passos Coelho, e os traidores que passaram a última legislatura a combater o partido e a promover a oposição socialista ou mesmo bloquista. Ser apoiado por esta gente não faz dele vigarista ou gangster, porque sectário e traidor foi ele mesmo pessoalmente, mas sinaliza que com ele na liderança se sentem mais à vontade do que com o adversário. Neste nunca votaria, e a minha escolha fica limitada a um candidato único.
O Santana Lopes não foi o melhor primeiro-ministro da história de Portugal. Nem podia ter sido, foi usado como um precário para dar tempo aos socialistas para se reorganizarem para as eleições e depois destituído no acto mais sectário de toda a história da presidência em democracia, a dissolução de um parlamento com maioria absoluta para permitir a eleição de um socialista que depois arruinou o país, para além dos crimes por que um dia será condenado. Na época pareceu-me que tinha aceitado ser primeiro-ministro sem legitimidade eleitoral por se deslumbrar com a possibilidade de lá chegar. Hoje sei que se sacrificou pessoalmente por pressão do partido que o colocou na posição de não ser capaz de lhe dizer que não. Era, e já foi, mais imaturo do que é hoje. Mas é um combatente político de muitas décadas, e quando se viu mal representado pelo partido ponderou sair e formar outro partido em vez de ficar por dentro a miná-lo, como fizeram os do outro lado. Não foi por ele que eu me filiei no PSD, mas voto nele sem hesitação e com entusiasmo.
Se os militantes do PSD amanhã optarem pelo PSD dos barões, dos gangsters, dos sectários e dos traidores, desejo-lhes uma boa viagem, é o partido com a base de militantes mais extraordinária, decente e representativa da sociedade portuguesa, mas fico no cais.
Para os que votam, votem bem. Eu voto bem, e voto Santana Lopes.
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