José Manuel Trigoso defendeu: “Os ciclistas andam na estrada, podem andar no meio dos veículos, podem ter comportamentos que deem origem a acidentes e, por isso, faz todo o sentido que, em defesa deles próprios e dos outros, exista uma obrigatoriedade de seguro, pelo menos para terceiros, de responsabilidade civil”.
Pois é, Zé Manel, realmente: um ciclista esborracha-se contra a traseira de um ligeiro e, ao preço a que estão os pára-choques e os farolins, fica-se a rir, ainda por cima com a fealdade que resulta de o fazer sem os dentes que perdeu? Não pode ser.
Nem percebo porque não recomenda também seguro de responsabilidade para peões: já não é o primeiro que se atravessa inopinadamente no trajecto de um veículo, que para evitar o atropelamento vai abalroar um outro. E nem falemos de patins em linha, que aquilo, na realidade, além de seguro também deveria obrigar a carta de condução de patins, com as subcategorias de travão à frente, de costas ou de lado.
Uma dúvida porém assalta o meu espírito desconfiado: o amigo tem avença da Ordem dos Advogados? Das companhias de seguros? Dos bancos?
Não, não tem? Ah, acha que há falta de licenças, alvarás, autorizações, seguros, taxas, alcavalas, minas e alçapões?
Também não? Bem, já sei: tem que fazer prova de vida. Compreendo, mas recomendaria que se rebelasse, por exemplo, contra o hábito deplorável de alguns condutores tirarem, nos semáforos, catotas do nariz. Sempre nos ficava de graça e não dava ideias a um estado metediço, e a um sector financeiro sôfrego.
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