Sexta-feira, 28 de Junho de 2019

Já não há Minhotas

Eu nasci e vivi toda a vida em Lisboa, não há ninguém mais lisboeta do que eu, mas sou minhoto dos dois costados, do Alto Minho, das vilas banhadas pelo Rio Minho de Melgaço e Monção, passei todas as férias grandes até ao fim da adolescência em Melgaço, e sou do tempo em que os minhotos sovavam militantes e incendiavam sedes dos partidos políticos que desconfiavam, com razão ou sem ela, na medida certa ou com algum exagero, que lhes ameaçavam o património.

E aprendi desde novo as histórias das heroínas do Alto Minho que se distinguiram, invariavelmente, na liderança da resistência das populações das vilas fortificadas aos sitiantes castelhanos. A Inês Negra de Melgaço que, depois de um cerco tão longo que tanto sitiados como sitiantes estavam exaustos, propôs resolver o cerco andando à pancada com uma das mulheres sitiantes, e depois de a sovar eles levantaram o cerco e retiraram, e a maior de todas, a Deuladeu Martins de Monção que, perante a iminência de acabar a farinha, andou pela vila a recolher toda a que havia, cozeu pão e foi para o alto das muralhas atirá-lo aos castelhanos e anunciar que de onde aquele vinha havia muito mais, o que, também exaustos como estavam, os convenceu a levantar o cerco e a ir embora.

Isto eram as Minhotas que cresci a evocar e admirar, e a ter a prudência de não me meter com elas.

Hoje as minhotas elegem governantes e autarcas do Partido Socialista.

Quando um certo governante socialista megalómano e nem sempre demasiado honesto decidiu deixar para a posteridade a sua marca passando um rolo compressor no país que estava e eregindo no seu lugar um país moderno, líder na nova economia, nas competências tecnológicas e nas energias verdes, as minhotas foram-lhe na cantiga e, dos vinte e quatro deputados eleitos pelos distritos do Minho, ofereceram-lhe doze.

Do país moderno fazia parte também, e desde que ele, chegado da província e habilitado e experimentado nas artes do projecto de habitações, tinha conseguido socializar com as elites culturais da capital, uma exigência arquitectónica que o país que estava não estava à altura de satisfazer. E nomeadamente o prédio Coutinho de Viana do Castelo. E tratou de lançar um projecto ambicioso para alindar as cidades portuguesas, talvez por motivos de exigência estética, talvez para estimular a actividade económica no sector da construção e nos sectores associados como os dos projectos de arquitectura e engenharia, o programa Polis. Através da criação de uma rede de empresas como, para alindar a cidade de Viana do Castelo, a VianaPolis (assim tudo pegado).

A VianaPolis decidiu que o maior problema que era necessário resolver para alindar a cidade era o prédio Coutinho.

Eu nunca reparei por aí além no prédio Coutinho, se bem que ele seja visível à distância, e nunca estive próximo nem dentro dele, não tenho uma ideia precisa da qualidade de construção. Esteticamente não me parece extraordinariamente feio nem bonito, não me parece muito diferente dos edifícios de bairros construídos em Lisboa como a Portela. Se eu fosse um traficante de droga disposto a investir em património imobiliário preferiria investir o meu dinheiro em solares, que não faltam na região. Mas se fosse de classe média, ou imigrante com algum dinheiro amealhado depois de anos de trabalho lá fora mas insuficiente para comprar a empresas sediadas em paraísos fiscais apartamentos em prédios reabilitados com classe e sem olhar a custos, não me pareceria aberrante comprar lá um apartamento. Uma coisa assim para remediados.

E os moradores que lá compraram as casas viram-se de repente ameaçados pelo governante-rolo-compressor que lhes queria demolir o prédio e libertar espaço para eregir a sua utopia arquitectónica através da empresa VianaPolis criada para o expropriar e demolir, para além de albergar ou contratar à peça gente para desenhar a nova cidade. A maior parte, provavelmente ponderando que não tinha capacidade para resistir à investida de uma empresa muito mais poderosa do que eles e propriedade do governo e do município acabou por ceder à ameaça e aceitou entregar os seus apartamentos, mas uma minoria resistiu ao longo de décadas às investidas do governo, da Câmara Municipal e dos tribunais que a queriam expulsar e expropriar compulsivamente.

Até que acabou o prazo determinado para serem despejados.

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Não vale a pena repetir a história que tem sido sobejamente relatada, como aqui, por um proprietário de uma fracção no prédio. Os moradores estão barricados nas suas casas e não permitem a entrada aos burocratas que lá estão para tomar posse administrativa delas protegidos por agentes da autoridade e empresas de segurança privadas, e sabem que se sairem as portas das suas casas serão arrombadas, as fechaduras mudadas, e não conseguirão voltar a entrar. Pelo que permanecem dentro de casa há dias. Cá fora a sociedade VianaPolis mandou-lhes cortar a água, a luz e o gás, e não deixa entrar ninguém no prédio, nem para lhes levar alimentos nem para prestar cuidados sanitários e de saúde aos moradores de idade avançada que lá estão barricados. E os familiares só lhes têm conseguido fazer chegar água e alimentos através de sacos içados por cordas das varandas. Como num cerco medieval.

Como num cerco medieval como os de Melgaço e Monção.

Nesta luta desigual e degradante o sitiante é protegido pelo anonimato. Ao contrário dos políticos e dos autarcas que são, estando a comunicação social virada para o fazer, escrutinados até aos fundilhos, os burocratas da empresa VianaPolis que dirige o cerco e a guerra aos moradores são anónimos, não são interpelados nem questionados pelos jornalistas pelas indignidades que ordenam, não são reconhecidos nem apontados na rua, na escola dos filhos ou na missa como os facínoras que querem matar os velhotes do prédio. São anónimos.

Mas os anónimos também têm nome, e se a comunicação social lhes preserva o anonimato e a privacidade não temos motivos para a secundarmos. Olhemos então para o presidente da sociedade VianaPolis e deixemo-lo sair do anonimato.

O presidente executivo da VianaPolis chama-se Tiago Moreno Delgado e é irmão do secretário de Estado das Infraestruturas do ministério liderado pelo marido da chefe de gabinete do secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares. É portanto um socialista instalado na teia. Mas a teia das famílias socialistas é tão densa e confusa que dela não se podem extrair grandes conclusões sobre as qualidades técnicas e humanas do gestor. Mas tem uma qualidade que no PS actual é muito valorizada. É um grande mamão nas tetas dos contribuintes. Em 2010 conseguiu impingir por ajuste directo de 75.000 euros a "Prestação de serviços no âmbito da coordenação dos projectos e empreitadas previstas no âmbito das actividades desenvolvidas pelo Programa Polis Litoral Norte" durante o prazo de 365 dias à Parque Expo ao mesmo tempo que era director da Parque Expo. Estando dotado da competência de mamar nos dois lados ao mesmo tempo e fazendo parte das famílias certas pode-se considerar perfeitamente integrado no regime socialista.

E as minhotas?

As minhotas, em vez de lhe invadirem o palácio para o sovarem e expulsarem violentamente da cidade, estão muito caladinhas a assistir ao cerco, a deixar exaurir os velhotes de solidão, escuridão, fome e fraqueza até se renderem e entragarem as suas casas ao sitiante.

As minhotas de hoje não são as Minhotas do meu tempo.

 

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 18:03
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Sexta-feira, 8 de Fevereiro de 2019

Testas de ferro e governos socialistas

Desde que a psicóloga (debati-me com alguma hesitação sobre o modo como a deveria qualificar entre alternativas como ex-deputada, ex-bloquista, ex-modelo fotográfico, ex-activista anti-troika, e pareceu-me que psicóloga seria uma escolha pacífica por permitir abreviar a qualificação, abreviatura que entretanto desperdicei com esta explicação) Joana Amaral Dias entregou à comunicação social o relatório da auditoria da Ernst & Young aos créditos em perda da CGD, ou NPLs para parecer pelo menos tão info-incluído como a euro-deputada Ana Gomes que também já lhes chama assim, que relata o que toda a gente sabia mas de que tinha vergonha de retirar as consequências devidas, tem havido uma enxurrada de notícias sobre as circunstâncias e o modo como esses créditos foram concedidos em condições de favorecimento incrível aos empresários que os receberam, tão incrível que alimenta títulos sensacionalistas como o do Correio da Manhã "Berardo saca 350 milhões de euros à Caixa sem aval".

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As notícias sobre os créditos imprudentes concedidos pela CGD a diversos empresários no tempo do governo socialista anterior para adquirirem acções do BCP terão sempre títulos sensacionalistas, e percebe-se que este sensacionalismo até pode trazer um apoio inestimável aos jornais na sua luta pela sobrevivência numa economia em mudança onde não é certo que eles venham a ter lugar.

Mas o desejável sensacionalismo derivado das condições de favorecimento incríveis em que os créditos foram concedidos só será sustentável até as notícias incluirem o pequeno detalhe que explica tudo e as torna óbvias, o facto de esses empresários terem sido meros testas de ferro do governo socialista na operação de conquista do poder no BCP pelo Partido Socialista através do financiamento da aquisição de lotes de acções por múltiplos investidores aparentemente independentes uns dos outros para poderem individualmente exercer os direitos de voto integrais correspondentes às acções detidas por cada um deles sem a limitação de voto determinada nos estatutos do banco para um único investidor, ou um grupo de investidores associados entre si formando um sindicato de voto, que detivesse o mesmo número de acções que eles todos somados.

Sendo eles meros testas de ferro de uma operação montada pelo governo socialista com integral acompanhamento e apoio do senhor Governador do Banco de Portugal, o também socialista Vítor Constâncio, não teria sentido nenhum a CGD exigir-lhes a eles garantias dos créditos que lhes concedeu, porque o verdadeiro beneficiário final desses créditos foi o governo socialista que recorreu a eles para consumar a operação e a consumou com sucesso: José Sócrates, e ministros como António Costa, Fernando Teixeira dos Santos, Pedro Silva Pereira, Alberto Costa, Manuel Pinho, Jaime Silva, Mário Lino, José Vieira da Silva, Maria de Lurdes Rodrigues, Augusto Santos Silva, entre outros, apoiados por ajudantes de ministros como Eduardo Cabrita, Jorge Lacão, Maria Manuel Leitão Marques, José Magalhães, João Gomes Cravinho, João Tiago Silveira, Ascenso Simões, Paulo Campos, Ana Paula Vitorino, Pedro Marques, Fernando Medina, Manuel Pizarro e Manuel Heitor.

Se a CGD um dia quiser, como diz que quer, recuperar esses créditos são todos fáceis de notificar, bastando para tal o envio de uma cartinha para a Presidência do Conselho de Ministros, outra para a Assembleia da República, e outra para o Parlamento Europeu, e o reformado Vítor Constâncio não será impossível de encontrar se os serviços da CGD perguntarem ao Banco Central Europeu a morada para onde lhe envia o generoso cheque da pensão de aposentação que premeia uma longa carreira toda ela ao serviço da transparência e da estabilidade do sector financeiro português e europeu.

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 11:46
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Sábado, 28 de Julho de 2018

Uma legislatura dedicada à família e ao lar

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Esta vai ficar conhecida como a legislatura em que os políticos da situação, do primeiro-ministro, e respectiva família ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e respectiva família, ao vereador da mesma câmara, e respectiva família, conseguiram fazer excelentes negócios em investimento imobiliário que conseguiram valorizar com intervenções de requalificação urbana autorizadas pela Câmara Municipal de Lisboa. É até aquela em que na véspera de tomar posse criou in-extremis uma agência de mediação imobiliária um ministro, e respectiva família, e passou à família a propriedade do seu gabinete de arquitectura envolvido em operações imobiliárias interessantes um vereador da mesma Câmara.

Uma legislatura dedicada à família e ao lar.

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 19:37
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Quinta-feira, 25 de Janeiro de 2018

O 25 de Abril não chegou às casernas

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Uma das consequências da consolidação do Tempo Novo e dos seus calores progressistas é o despertar gradual dos dinossauros do PREC jurássico que se julgavam extintos mas apenas tinham recolhido às suas tocas para hibernar ao longo destas últimas décadas para conseguir sobreviver à obscura democracia do tipo das que existem na Europa ocidental a que Portugal tem sido brutalmente submetido desde o fim desse glorioso período da nossa história em que pudemos ter a ambição de virar socialistas.

Uma das tocas onde a espécie encontrou abrigo para hibernar protegida das agressões e desilusões ideológicas externas ao longo destas décadas de democracia burguesa é justamento o jornal Público, e é de lá que vão chegando notícias dos despertares.

Tal como em tempos Arnaldo, o Pós-Cataléptico, militante maoista que foi despertado do coma a que tinha recolhido vinte anos antes por ter sido lançado ao Tejo numa escaramuça com militantes comunistas pelas manifestações de entusiasmo da família com a chegada do novo PC a casa, que o desassossegaram mesmo no coma a que se tinha remetido, às vezes estes despertares fazem-se acompanhar de dissonâncias cognitivas resultantes de demasiado tempo de hibernação.

Este que despertou hoje no Público ao despertar trazia nos lábios a célebre palavra de ordem "O 25 de Abril não chegou às casernas" que tratou de aplicar à notícia da actualidade que o ocupava no momento de despertar, o roubo de armas do paiol de Tancos e os esforços do governo e da hierarquia militar para manter sobre os acontecimentos a obscuridade suficiente para não ser possível extrair deles conclusões nem responsabilidades.

Mas não faz mal, como diz um dirigente político da actualidade a gente está aqui para resolver, e eu próprio me prontifico para esclarecer em regime de voluntariado o jornalista confundido pela hibernação.

  • Sim, o 25 de Abril chegou às casernas.

As casernas encheram-se de soldados barbudos que primeiro faziam plenários e depois não cumpriam ordens, que andaram pelo país, mais pelo Sul do que pelo Norte porque nalguns locais do Norte não eram assim muito bem-vindos e eles também não queriam andar à porrada por isso, a evangelizar o povo sobre as virtudes do socialismo em campanhas de alfabetização, que se dedicaram a prender e a torturar reaccionários em quartéis mais progressistas, e quem prendia e torturava reaccionários também podia prender e torturar maoistas que faziam o jogo da reacção, até a assassiná-los em barragens nas ruas e nas estradas. Não houve falta de 25 de Abril nas casernas.

  • Não, já não está lá, desde que foi mandado para casa no 25 de Novembro.

Explicar o 25 de Novembro a dinossauros a sair da hibernação a que se submeteram no PREC jurássico é que já sai do domínio das minhas capacidades, nomeadamente a parte de o partido político que foi mais determinante para a construção da relação de forças populares, políticas, militares e até diplomáticas que tornaram possível a erradicação da ameaça comunista, o PS de Soares ou Salgado Zenha, ter sido o partido que hoje eles vêem do seu lado e está mesmo do lado deles, nomeadamente no boicote às celebrações do 25 de Novembro em todas as assembleias onde tem expressão numérica suficiente para as conseguir boicotar, desde a Assembleia da República às Assembleias Municipais às Assembleias de Freguesia. O melhor que eu lhes consigo explicar é que foi mandado para casa pelos comandos do Jaime Neves, e que obedeceu à sugestão. Esta parte, alguém que lhes explique melhor do que eu.

 

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 11:02
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Quinta-feira, 7 de Dezembro de 2017

Os gangsters e o teste do algodão

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Todos os partidos têm entre os seus militantes gangsters, não no sentido alegórico de pessoas cujo carácter e métodos de actuação reprovamos e que se movimentam individual ou colectivamente para contrariar os nossos interesses ou o que interpretamos ser o interesse colectivo, mas no sentido literal de andarem com malas de dinheiro ou darem, ou mandarem dar, valentes cargas de porrada a quem se lhes atravessa no caminho e atrapalha no exercício da actividade.

A política também se destina a determinar quem gere os recursos públicos, e a possibilidade de gerir recursos públicos é um atractivo irresistível para quem vê nela uma oportunidade para os gerir para seu benefício pessoal, pelo que a política atrai gente desonesta, e, tal como noutras profissões que têm inerente a delegação de alguma autoridade que aconselha a serem de acesso revervado a gente honesta, desde polícias, a magistrados, a fiscais de obras, é virtualmente impossível encontrar métodos eficazes para a detectar e lhe impedir o acesso à profissão. E os partidos também não tem métodos para impedir a admissão de gente que se filia para vir a ter a possibilidade de gerir recursos públicos em seu favor, nem de esta encontrar ou trazer para dentro do partido mais gente com as mesmas ambições, a mesma flexibilidade ética e capacidades que complementem as suas em diferentes áreas de actuação, incluindo, mas não exclusivamente, o exercício de violência física quando é conveniente.

Esta gente que exerce cargos políticos com a finalidade de se apropriar de recursos públicos em seu benefício pessoal provoca danos colectivos evidentes, a corrupção está mais do que caracterizada e qualificada para valer a pena enumerá-los aqui, e é, e bem, pelo menos nos tempos mais recentes porque nem sempre foi, mas também é verdade que nem sempre foi alvo de uma reprovação social tão intensa e generalizada como é actualmente, de modo que talvez se possa dizer que a justiça, para além de se guiar pela Lei, como devia, também se parece guiar pela pressão social, como não é óbvio que deva, perseguida pela justiça. Perseguição que também está mais do que caracterizada e qualificada para valer a pena detalhá-la aqui.

Mas, em paralelo com este efeito pernicioso, esta gente também proporciona um importante benefício de que nem sempre toda a sociedade se apercebe e, consequentemente, de que nem sempre se coloca em posição de usufruir. É que esta gente costuma ter uma apurada sensibilidade e capacidade de avaliar o carácter dos outros no domínio de serem favoráveis ou, pelo menos, permissivos, às suas actividades, ou de serem intolerantes com elas e, comulativamente, capazes de, pela denúncia ou mesmo pelo exercício do poder, as contrariar.

Ou seja, esta gente tem uma capacidade mais apurada do que o comum dos cidadãos, militantes ou eleitores para identificar

  • quem lhe pode fazer fretes e quem lhe pode fazer frente,

e essa capacidade pode ser preciosa para as pessoas honestas mas sem a sensibilidade nem a informação de que ela dispõe fazerem através dela uma avaliação dos candidatos que tem que escolher para diversos cargos electivos, por critérios que muitas vezes serão exactamente opostos aos dela.

E, infelizmente, não faltam oportunidades para nos apoiarmos nas escolhas de gangsters partidários para avaliarmos o carácter de personalidades de políticos que, por um motivo ou outro, gostaríamos de conseguir avaliar.

Umas das clássicas foi a sova que os militantes socialistas de Felgueiras aplicaram ao, à época, presidente da Federação Distrital do Porto do Partido Socialista, Francisco Assis, quando se deslocou a Felgueiras depois de, na sequência de lhe ter sido decretada pelo tribunal a medida de coação de prisão preventiva no processo em que era arguida por motivos de corrupção, a presidente da Câmara Municipal de Felgueiras ter fugido para o Brasil, a federação liderada por ele lhe ter retirado a confiança política e ter solicitado aos restantes vereadores socialistas a apresentação da demissão para provocar a dissolução da Câmara Municipal e criar a oportunidade convocar eleições intercalares para eleger um novo presidente, e perante a recusa destes em se demitirem, lhes ter retirado a confiança política também a eles.

Mais do que relatado, o episódio foi filmado e ficou escrito na pedra como um documento que perpetua o modo de actuação dos gangsters dos partidos.

E este episódio disse, a quem lhe interessava saber, que o PS tinha no seu seio gangsters capazes de recorrer à agressão física, neste caso ao linchamento, para defender os autores, prescindo de lhes chamar alegados porque os preciosismos da linguagem juridicamente precisa são essencias para o exercício da justiça num estado de direito mas dispensáveis para cidadãos como eu tirarem as conclusões que entendem dos factos que conhecem, de actos de corrupção, mas que também que tinha dirigentes capazes de enfrentar, mesmo colocando em risco a sua integridade física, os autores de casos de corrupção e os seus apoiantes em diversas vertentes de apoio, desde o institucional à agressão física.

E disse, a quem isto interessa, e independentemente de partilhar com ele opiniões, ideologias e interesses partidários, ou os seus contrários, que o Francisco Assis se revelou um político de uma dignidade admirável.

E disse também que os gangsters souberam muito bem identificar quem estava com eles e quem estava contra eles, ou seja, quem lhes fazia fretes e quem lhes fez frente. A presidente da CM Felgueiras fazia-lhes fretes, os vereadores socialistas também, e o Francisco Assis fez-lhes frente. Eles nunca se enganam e por isso nunca enganam que olha para o que eles fazem.

Mas o PS não é, ainda que não se conseguisse deduzir do que eu disse no início que penso que é suficiente claro para o fazer, o único partido onde militam gangsters. No PPD/PSD também os há, e também com provas dadas.

Há, por exemplo, dirigentes locais condenados por agressões a outros dirigentes locais e autarcas do mesmo partido. Há dirigentes distritais não-condenados por fraude fiscal qualificada e falsificação de documento no fim de um processo em que se deu como provado que receberam uma pequena fortuna de construtores civis em malas de dinheiro. Quase resistia a juntar a estes exemplos de gangsters clássicos que praticam a agressão física ou trasportam dinheiro em malas os de novos gangsters, os perfis verdadeiros ou falsos que são colocados nas redes sociais para lançar porcaria sobre adversários internos no partido, mas desisti de resistir e apresento um modesto exemplo retirado de um perfil do Facebook de alguém que é alegadamente, e aqui recorro ao alegadamente por poder não se tratar de uma pessoa real mas de um perfil falso, se bem que com origem facilmente contextualizável, militante do PSD e critica o ainda presidente do partido com a elevação que se pode comprovar.

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Os gangsters estão lá, as suas qualidades e capacidades comprovadas, e os danos sociais que causam concretizados.

Mas, e o tal benefício potencial que se pode retirar da observação das escolhas que eles fazem e, através delas, a aferição que fazem do carácter dos escolhidos e dos preteridos, a expectativa revelada por eles próprios de quem lhe pode fazer fretes e quem lhe pode fazer frente?

Nesta caso concreto é clarinho como a água. Todos apoiam o mesmo candidato à presidência do PSD, e o candidato que eles apoiam não é o candidato Pedro Santana Lopes. É o outro.

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 18:17
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Sexta-feira, 14 de Julho de 2017

Revisão de contas, ou, o tele-evangelismo dá dinheiro

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Ao abrigo do artigo 20.º, n.º 2, alínea d) da Lei Orgânica n.º 2/2005, de 10 de Janeiro, com referência apenas ao balanço e demonstração de resultados, e incluindo as contas dos grupos parlamentares e de deputado único representante de um partido na Assembleia da República e nas Assembleias Legislativas das regiões autónomas, nos termos da alínea e) do artigo 9.º da Lei 28/82, de 15 de Novembro, na redação dada pelo artigo 1.º da Lei Orgânica n.º 5/2015, de 10 de Abril, a Entidade de Contas e Financiamentos Políticos publicou no seu site, as Contas Anuais dos Partidos Políticos referentes ao ano de 2016.

Para atalhar razões, a comunicação social deu-se ao trabalho de extrair dos relatórios a Situação Líquida dos partidos com assento parlamentar, e é apenas sobre ela que eu vou dar o meu parecer.

Para não entrar a frio nos números, que como toda a gente sabe, não são pessoas, devemos olhar previamente para a economa das operações, ou seja, para os relatórios de actividade. Na sua indisponibilidade, apoiemo-nos no que sabemos, ou pensamos saber, sobre a fortuna dos partidos.

Em Portugal há três grandes partidos, ou seja, partidos com muitos militantes, muitas sedes e muita despesa: o PSD, o PS e o PCP, por ordem decrescente de número de eleitores, que não necessariamente do número de militantes ou da estrutura de custos.

Destes, o Partido Comunista Português é o mais antigo, provavelmente o que tem mais militantes, e certamente o que tem mais militância. É, ao contrário do que os resultados eleitorais nos últimos 40 anos sugerem, um partido profissional, e um partido de poder. No dia 25 de Abril de 1974, apesar de ter uma boa parte da estrutura de liderança exilada em diversos países, teria sido capaz de apresentar um governo completo e pronto a entrar em funções antes de acabar o dia. E no dia 14 de Julho de 2017 também seria, e sem ter de recrutar os governantes entre os familiares de meia dúzia de amigos do primeiro-ministro. É também o partido que dominava o aparelho do Estado quando foi distribuído pelos partidos o património que se podia distribuir. E como quem parte e reparte e para si não deixa a melhor parte ou é burro ou não tem arte, e o sector intelectual do partido sempre contou com bons artistas, para além dos empregados de escritório, o PCP juntou um bom pecúnio em património imobiliário nos tempos do processo revolucionário em curso. Acresce que o grau de militância dos comunistas, quase comparável ao de uma seita religiosa, sempre se prestou a boas receitas de quotizações dos militantes, sem contar com o dízimo dos que assumem funções públicas remuneradas, para além do intenso voluntariado prestado pelos militantes de base para realizar tarefas que, em partidos mais burgueses, só aparecem feitas se forem terciarizadas, ou seja, se pagarem para as mandar fazer. Tudo junto, potencia um património imobiliário portentoso, um bom nível de receitas e uma estrutura de custos bastante competitiva para a dimensão das operações. E, sem supresa, o partido mais rico de Portugal é, de longe, o PCP, com uma situação líquida de perto de 18 milhões de euros, mesmo com a exiguidade da subvenção pública que os seus não mais de 10% de eleitores lhe proporcionam regularmente.

O Partido Social Democrata, mesmo sendo o campeão em vigor da subvenção pública, por ter ganho as eleições, e as conseguir ganhar com alguma regularidade, está muito longe do PCP, mas tem uma situação líquida apreciável. De fora do partido pode dar a impressão que é um partido de poder que nada em dinheiro, como se gosta de assumir para a política de uma maneira geral, mas de dentro percebe-se que não. Sendo militante ao serviço da secção de uma das maiores cidades do país, a Amadora, posso testemunhar, sem revelar segredos que devem ser mantidos em segredo, que a vida no interior do partido é bastante austera, o único equipamento de telecomunicações disponível na sede é um descodificador de televisão digital que compensa a idade do televisor que seria só por si incapaz de sintonizar os quatro canais digitais, e, internet sem fios, apanha-se por mero caso a gratuita da loja do Continente Bonjour que fica paredes-meias com a sede do partido e está ligada 24 horas por dia. Menos nas próximas semanas em que a loja entrará em obras e provavelmente desligará o benfazejo router wireless. Ou seja, fazendo dieta e vivendo de cinto apertado chega-se uma situação líquida modesta, de quase 1,2 milhões de euros, mas positiva.

O Partido Socialista tem a virtude da coerência. Apesar de também ter constituído um valioso patrimínio imobiliário nos tempos áureos da revolução, provavelmente não tão valioso como o do PCP, mas só o palácio do Rato deve valer uma pipa de massa, de pedir regularmente meças ao PSD em votos e em subvenções partidárias, e de ter um grande número de militantes que pagam quotas, apresenta uma situação líquida negativa de 6 milhões de euros, ou seja, está, exactamente como deixou o país da última vez que legou responsabilidades governativas a outros, tecnicamente falido, e muito falido. O PS não desilude as expectativas que levanta.

O Centro Democrático Social é um partido mais pequeno do que estes, mas praticamente com a mesma idade, exceptuando o PCP que vem dos tempos do jurássico, com uma rede de sedes apreciável, e custos consonantes, e tem uma situação líquida negativa de quase 100 mil euros, ou seja, está em situação de falência técnica. Nada com uma dimensão que não possa ser ultrapassada num partido de quadros que facilmente poderão mobilizar recursos para a inverter, mas um símbolo inequívoco de que a política não dá dinheiro como se gosta de pensar. O partido dos ricos não é um partido rico.

Com o Partido Ecologista os Verdes e o Partido Animais e Natureza não gasto tinta. Os primeiros, por serem um franchise do PCP montado há 34 anos para entrar no eleitorado mais jovem com preocupações ambientais que um partido soviético dificilmente conseguiria satisfazer plenamente, e tendo inflectido há 30 para a formação de um grupo parlamentar de 2 deputados que lhe dá direito a duplicar os tempos de antena e as nomeações para cargos políticos pelos partidos de incidência parlamentar, e os segundos por não me terem encomendado a certificação de contas nem eu estar para esse lado virado.

Resta o fenómeno da turma. O Bloco de Esquerda, partido diminuto em militantes, número de sedes e estrutura de custos, com um grau de implantação praticamente nulo no poder autárquico, à medida exacta da sua implantação no terreno, mas com uma presença quase permanente e omnipresente na comunicação social e no comentariado e nas notícias televisivas, fruto, talvez? do valor e do interesse público das opiniões dos seus dirigentes e comentadores, talvez? da simpatia de que gozam entre jornalistas, editores e proprietários de jornais e canais, apresenta, com 2,4 milhões de euros, a segunda mais elevada situação líquida, logo a seguir ao PCP e com mais do dobro da do PSD.

E o que significa isto tudo somado? Que um partido não tem que investir numa infraestrutura física real nem numa implantação no terreno, e, mesmo com uma oferta política toda ela baseada em ilusões e disparates em tudo semelhantes às que provam o seu valor no terreno económico no socialismo venezuelano, na melhor das hipóteses, e no sonho de um mergulho no socialismo em tudo semelhante ao que prova o seu valor no terreno democrático no socialismo venezuelano, na pior, pode conseguir obter níveis de votação que lhe dão o acesso a generosas subvenções partidárias, desde que consiga assegurar uma presença acarinhada, permanente e omnipresente nas televisões. Por outras palavras, o tele-evangelismo que é gratuito, quando não remunerado, quando o acesso à televisão lhe é franqueado sem pagar por ele a título de compra de espaço publicitário, rende mais do que a montagem de um partido tradicional com sedes e militantes.

De modo que, a título de síntese e de recomendações, se quiserem fundar um partido e ainda ganhar umas coroas, evitem montar grandes partidos com muita gente, que são uma maçada e uma despesa, vão à televisão o mais que possam, e gozem da notoriedade que ela vos proporciona. Optem pelo tele-evangelismo.

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 11:29
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Terça-feira, 3 de Janeiro de 2017

O Partido da Pecuária

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Apesar de os seus fundadores terem tido raízes ideológicas comunistas, o PS nasceu como um partido social-democrata empenhado na defesa da democracia liberal, incluindo as liberdades normais, que não as amplas, de opinião, imprensa e associação, da economia de mercado, e do estado social para limitar as desigualdades e erradicar a miséria. E, claro, a defesa do estado de direito, em que, entre outras peculiaridades, as dívidas são para serem pagas. Foi assim durante o PREC, em que se tornou o maior alvo de ódio dos comunistas e da esquerda radical, pelo menos daquela que não fez dos comunistas ou do resto da esquerda radical o maior alvo do seu ódio, que erradicou, parecia que definitivamente, do poder que tinham adquirido pela via revolucionária mas não sobreviveu às eleições, e passou a ser assim, parecia que definitivamente, quando o Mário Soares, reconhecendo que só se podia governar no domínio das possibilidades, declarou que tinha metido o socialismo na gaveta.

Mas ao longo do tempo o PS foi sendo colonizado pelos desertores da esquerda radical, ou por terem descoberto os encantos da social-democracia que antes os encanitava, ou por terem pragmaticamente reconhecido que na esquerda radical não podiam fazer carreira política nem empresarial, tendo admitido tanto ex-militantes do MES, como ex-MRPP, como mais recentemente até ex-BE. E, na mesma medida em que a população nativa de um país de acolhimento de imigração tende a reduzir o seu peso demográfico comparativamente com a população imigrante por esta ter taxas de natalidade mais elevadas, os colonos da esquerda radical, com o seu activismo acrescido e o tradicional apelo pelo disparate das gerações mais jovens, foram ultrapassando em número e em peso político os social-democratas clássicos, e acabaram por tomar conta do partido. Pelo que não é completamente inesperada a constatação de que o PS tem andado a mudar de ideologia, mesmo que lhe continue a chamar de social-democrata. Que, aliás, agora todos são, desde o Pacheco Pereira, ao Podemos, ao Freitas do Amaral.

A questão, que já o Georges Brassens colocava na canção Mourir pour des idées, é "Mourir pour des idées c'est bien beau, mais lesquelles?".

O PS fez uma incursão histórica no domínio da ideologia da escatologia, num célebre episódio protagonizado pelos ex-MES Ferro Rodrigues e Jorge Sampaio e pelo então sampaista António Costa em que o actual presidente do parlamento declarou ao actual primeiro-ministro "tou-me cagando para o segredo da justiça".

Mas foi já no reinado do José Sócrates que o ministro Manuel Pinho propôs ao partido a ideologia da pecuária. Como Winston Churchill muitas décadas antes, o ministro teve razão antes de tempo e, no momento da proposta, foi completamente derrotado, e teria mesmo sido violentamente derrotado pelos comunistas se não tivesse saído a correr do parlamento, mas ela acabou por vingar alguns anos mais tarde, e o PS acabou mesmo por abraçar esta ideologia. Dando, aliás, acolhimento às teses de vanguardistas das massas que o apoiam, que, ora tratam os eleitores como gado ovino, levado em rebanho ao engano das eleições, ora como gado muar, embevecido com a conversa do (então) candidato Marcelo.

E hoje em dia, honra lhe seja feita, e à memória do seu combate político, não há ministro nem deputado socialista que se preze que não inclua no seu discurso referências à ideologia da pecuária. O PS transformou-se, pois, no Partido da Pecuária.

Mas a linha pecuarista do PS deve estar atenta! Há no seio do partido dirigentes que procuram impôr a ideologia da psiquiatria. Se estes acabam por convencer e vencer, como antes os da pacuária, ainda acabamos todos por deixar de ser gado para nos transformarmos em meros maluquinhos.

Ou isso, ou mudamos de governo.

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 14:54
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Domingo, 27 de Novembro de 2016

E se as eleições fossem daqui a um ano?

E se as eleições fossem hoje?

Como muito bem sublinhou BZ n' O Insurgente, se as eleições fossem hoje algo teria que ter corrido suficientemente mal na coligação de esquerda que sustenta o governo para o parlamento ter sido dissolvido por um presidente que se desfaz em manifestações de afecto pelo governo e ferroadas à oposição.

E algo pelo qual dificilmente a oposição pudesse ser responsabilizada já que, ao contrário do que exigiu o António Costa, e não só, a partir do momento em que atirou com o António José Seguro pela borda fora do partido, e apesar de o Pedro Passos Coelho continuar a usar na lapela um pin com a bandeira de Portugal, o que é por muitos interpretado como tendo a ilusão que ainda é primeiro-ministro, não tem feito qualquer apelo ao presidente para dissolver o parlamento antes do final da legislatura e antecipar eleições, nem qualquer apelo dessa natureza pareceria ter alguma probabilidade de acolhimento pelo presidente. Nem a lendária habilidade da propaganda populista desresponsabilizante dos socialistas, que chega ao ponto de justificar o falhanço do modelo económico do crescimento baseado na devolução dos rendimentos, explicando que o modelo não falhou mas os rendimentos devolvidos foram desviados para pagar as dívidas a que as famílias tiveram que recorrer para se aguentaram ao longo da crise da legislatura anterior, conseguiria apontar responsabilidades convincentes ao governo anterior e à oposição actual para um falhanço que desencadeasse uma crise política, embora certamente ensaiasse explicações pouco convincentes, como faz sempre.

Nesse contexto, se as eleições fossem hoje é natural que o PS levasse uma sova eleitoral, e não o resultado prometedor de 43%, quase a rondar a maioria absoluta, que a sondagem da insuspeita Universidade Católica divulgada esta semana lhe atribui, e que os inquiridos não tenham respondido de modo literal à pergunta "Se neste momento se realizassem eleições legislativas em que partido votaria?", mas antes manifestado a sua intenção de voto futura quando elas se realizarem, expectavelmente daqui a três anos.

E se as eleições fossem hoje daqui a um ano?

Neste caso, em que as eleições seriam suficientemente afastadas para as respostas não estarem contaminadas por um cenário de crise política iminente, mas suficientemente próximas para os inquiridos serem capazes de formular uma previsão realista da sua intenção de voto futura, já parece ser mais adequado inferir previsões a partir dos resultados das sondagens.

E de facto há um histórico significativo de sondagens da Universidade Católica realizadas um ano antes de eleições.

2016-11-26 Sondagens UCP.jpg

Um ano antes das eleições de 2011, a sondagem da Universidade Católica previa um resultado de 41% para o PS. O PS acabou por obter um resultado de 28%, apenas menos 13% que a previsão da sondagem.

Um ano antes das de 2015, previa um resultado de 45%. O PS acabou por obter um resultado de 32%, outra vez não mais do que 13% abaixo da previsão da sondagem.

Agora a sondagem prevê-lhe um resultado de 43%. O PS está, pois, à beira da maioria absoluta.

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 20:39
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Sábado, 29 de Outubro de 2016

O dom de Sérgio

 

Sérgio Sousa Pinto-01 (800x470).jpg

 

Pedro Passos Coelho, sem noção do que se preparava para fazer, esteve perto de apresentar um livro com as intrigas do sr. Saraiva. Mas apeou-se antes do vexame.

 

Sérgio Sousa Pinto apresentou hoje a segunda infantilidade "literária" do pensador Sócrates, escrita sabe-se lá por quem, regiamente paga (segundo consta) a um tal Domingos, professor universitário obscuro. Admiremos Sérgio, no cantinho esquerdo da fotografia, posando com o putativo profeta (e um senhor cuja cara não me é estranha).

 

Sérgio está sozinho. Escolheu embarcar nesta peripécia e ninguém lhe deu um encontrão a tempo.

 

publicado por Margarida Bentes Penedo às 15:46
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Sábado, 15 de Outubro de 2016

Apanha-se mais depressa um mentiroso barrigudo que um bando de ladrões

2016-10-15 António Costa Estrela Serrano.jpg

 

 

publicado por Manuel Vilarinho Pires às 13:33
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