Aqui há umas décadas, a Avenida da Liberdade era uma rua cheia de putas que acenavam dos passeios centrais aos automobilistas que a percorriam à noite, nomeadamente pelas faixas laterais. Nessa época conseguia-se transitar de carro em Lisboa, conseguia-se estacionar nas faixas laterais, e circulava-se pela direita na Avenda da Liberdade.
As putas desapareceram, e agora a Avenida da Liberdade é uma avenida nobre onde os generais angolanos montam apartamentos às suas amantes favoritas e os patos bravos montam duplexes aos seus políticos favoritos que gostam de viver na mesma rua que elas.
Não mudou nada, só aumentaram os preços.
Esta noite, véspera de feriado reposto, o Gremlin Literário oferece aos visitantes um sarau de poesia. Boas leituras.
Bojudo fradalhão de larga venta,
Abismo imundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na ciência burro,
Com barba hirsuta, que no peito assenta:
No púlpito um domingo se apresenta;
Pregas nas grades espantoso murro;
E, acalmado do povo o grão sussurro,
O dique das asneiras arrebenta.
Quatro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas
Um pecador dos mais desaforados:
"Não (diz uma), tu, padre, não me engodas:
Sempre me há-de lembrar por meus pecados
A noite em que me deste nove fodas"!
Manuel Maria Barbosa du Bocage
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