Este artigo de João Miguel Tavares é pioneiro porque poucas ou nenhumas vozes se levantam ou revelam acreditar que seja possível um partido que agregue tendências que neste momento estão na abstenção, na clandestinidade ou a servir de muleta aos partidos do sistema.
De muleta? Sim, especialmente no meio dos liberais há trabalho quotidiano que é feito no sentido de apoiar a manutenção à tona do mal menor. - E este agradece? Não, a julgar pelo que diz João Miguel Tavares e pela representação que é dada aos liberais, conservadores e libertários (estes mais afastados) dos partidos do centrão-direito.
Portugal precisa de um partido de causa única: a reforma do Estado, a equiparação do Estado ao sector privado em termos de direitos e benefícios, de moralização (não há que ter pruridos em usar o termo) da coisa pública. Pensam que haverá poucos cidadãos a aderir? Eu penso que pelo menos 10% aparece a dar a cara e o voto.
Lá fora, em Espanha, em Itália, em França, novos partidos têm surgido cheios de sucesso em poucos anos. Aqui? Mantemo-nos no diz que disse quotidiano, na indignação contínua e sem fim, desgastante para todos e puramente inútil. Cada vez mais há alheamento da política, falta de reconhecimento de propostas capazes e válidas e não é que agora, PSD e CDS, depois de apertados pelo acordo de esquerda se aprontaram a apresentar novidades. O CDS dos 3% insiste na sucessão de Portas por uma delfina sem qualquer brilho, o PSD decide ocupar o desgastado centro. Uma inutilidade que surpreende ver libertários a defender.
Encomende-se uma sondagem, invistam dinheiro, façam crowd-funding, motivem-se, participem, chamem os bois pelos nomes, mas façam o que os nossos companheiros do Sul da Europa fizeram: apareçam com alternativas ao sistema.
10% é pouco? Na actual conjuntura de união à esquerda em que quanto mais se enterram PS, BE e PCP mais têm de correr em frente? - Não, 10% podem ser decisivos.
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